segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desarmamento

                              
Não estou com ânimo para enfrentar mais uma campanha para o desarmamento.Com preço na estratosfera querem impor novo plebicito à população, depois de tão pouco tempo quando foi dito não.Este assunto já me cansou.Não é a população como um todo que deve receber advertências inadequadas mas a quem, verdadeiramente, precisa. Quem? Não é da minha alçada saber.

Outro dia, levaram um aluno de quatoze anos para a polícia porque ele tinha uma arma de brinquedo na mochila. Lembrei-me do meu primeiro ano como professora recém formada e meus alunos de quatro anos, lá pelo final dos anos sessenta.Eles chegavam com seus revólveres de espoleta. Um dia, resolvi acabar com aquilo.Estava me incomodando meninos chegarem com coldres na cintura e brincarem de atirar um no outro.Éramos duas professoras por sala de aula e eu comentei com Iracy que eu iria recolher as armas.Ela riu e disse que por ela tanto fazia porque ela  era de Mantena/MG e lá o primeiro brinquedo consistia em uma arma de verdade. Naquele tempo Mantena fazia parte da Zona do Contestado em litígeo com o Espírito Santo. Na dúvida de qual estado fazia parte, era uma terra sem lei como outras da região.

Assim, em uma segunda-feira, fiquei na porta da sala e, na medida em que os meninos chegavam, eu  recolhia os revólveres e os colocava em cima do armário. Ante a choradeira, expliquei que aquilo não estava bonito, eram brincadeiras desagradáveis, etc, etc. O brinquedo foi devolvido no fim do dia, na saída das crianças.


No dia seguinte, fui chamada na diretoria porque os pais reclamaram da minha atitude e eu deveria permitir os revólveres na sala. Lembro-me que tive que usar toda a minha verborragia para convencer a diretoria que aqueles revólveres, tão semelhantes ao 38, deviam ficar fora da escola. No ano seguinte, na preparação para novo ano letivo, a diretora junto com a orientadora me disseram que, se eu não permitisse qualquer brinquedo na sala, eu não seria aproveitada. Eu, então, fui dar aula em outra escola.

Os tempos mudaram e as pessoas, também.Tudo vale nada.Eu só não quero mais fazer parte dessa lenga-lenga. Cansei.


                                  

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4 comentários:

Jota Effe Esse disse...

Magui, quem não cansa na tarefa de ser certo, onde todo mundo é torto? Se escolheram que as pessoas devem continuar se matando, que continuem. Enquanto isso, procuremos coletes e capuzes a prova de balas perdidas, para usar 24 horas por dia, até que tudo se acabe de vez. Meu beijo.

Nanda disse...

Acho que já comentei aqui algumas vezes. Ao começar o IP, comentei que um dos motivos é que o mundo estava com os valores totalmente invertidos e eu queria um cantinho pra desabafar e tentar manter o humor. Pois bem; quase 8 anos se passaram e está tudo bem mais complicado. Beijos.

J.F. disse...

Maqui,
metralhadora, fuzil metralhadora, granada, obus, e essas coisas todas, se compram em lojas de armas? Eu acho que não! Hoje, vejo a notícia que a Polícia Federal vai diminuir suas ações nas franteiras por medidas de economia. Pois é justamente pelas fronteiras que passam essas armas. Ou seja: mais uma vez, querem fazer fumaça com coisa menor para esconderem o incêndio maior. A população já está desarmada. Quem entregou suas armas na esperança de receber alguns prometidos "trocados" do governo, está esperando até hoje. E, apesar de desarmados os cidadãos, a banidagem está cada vez mais armada e com armas mais poderosas que as da polícia. É óbvio que existe muita coisa errada e mal explicada nisso tudo que corre por aí.
Abração.

maith disse...

Eu acho que arma devia ser proibida para qualquer um, pois para que serve uma arma? Se não é permitido matar pra que a arma? Defendem que é pela segurança, mas a probabilidade de defender-se de um assaltante é muito remota, os acidentes com armas são muito mais comuns.
Estou aqui para matar saudade, convidar para voltar aos meus blogs que estou atualizando.
Um beijo!
http://www.cuidadoestaoteespiando.blogger.com.br/
http://www.bisavo.blogger.com.br/