sábado, 31 de outubro de 2015

Depois, dizem que cachorro não pensa.

                                  

Um vizinho viu um cão debaixo de um carro e resolveu resgatá-lo. Levou o vira-latas para casa. Deu banho no box porque estaria muito sujo. No veterinário, pagou para castrar o bicho. Comprou coleira e passeava com ele todo dia. Deu um nome  simples: Binho. Durante seis meses passeava com o resgatado pelas ruas, contava como havia adquirido Binho, para quem quisesse ouvir. Eu ouvi umas quatro vezes. O cão sacolejava, tentando livrar-se das amarras enquanto o dono conversava com uns e outros. Chegou a derrubar o vizinho que precisou fazer curativo pois aranhou-se na queda. Comia ração importada e engordou a olhos vistos.

Certo dia, o cara resolveu soltar a corda da coleira para deixar o cão pular, correr e voltar para ser   preso novamente.
Não contava com o resultado: Binho ao  ver-se livre, disparou rua abaixo, virou a esquina e nunca mais foi visto.


La Paloma

                             


Meu avô paterno, Vovô Vicente, era médico. Estudou em Ouro Preto, quando era capital de Minas Gerais e depois no Rio de Janeiro onde formou-se em medicina. Meu bisavô fundou a Santa Casa de Pium-í e precisava de um médico. Depois, foi um dos fundadores da Escola de Medicina de Belo Horizonte, já capital. Recebeu medalha de pioneiro na construção de Belo Horizonte e como médico pela CRM/ MG.
Pois bem, um dia, já na casa dos oitenta, noventa anos (Morreu com 106)  foi visitar-nos. Para agradá-lo, coloquei alguns discos. Elvis é claro, e outros tantos. Eu me dava muito bem com ele, conversava numa boa e ele se admirava de eu entendê-lo sem problemas pois havia tido câncer na laringe e não tinha cordas vocais. Para mim era como se ele falasse baixinho. E, tanto era que, quando, ao encontrá-lo na rua, o apresentei  às minhas amigas, uma delas comentou que ele era muito educado pois falava baixinho. Comentara com papai que gostava de conversar comigo pois não havia barreiras em nossas conversas e falávamos de muitos assuntos. Eu gostava de falar sobre o seu tempo e foi importante na formação das minhas idéias sobre o feminismo. Ele dizia que viveu no tempo em que as mulheres arrastavam a saia na poeira e não se via nem os tornozelos e pegou a mini saia. Também que uma moça na janela era motivo para ficar falada na cidade. Contava casos de moças que eram encomendadas para casar, sem nunca ter encontrado com o rapaz, e, que o noivo era apanhado de surpresa no dia do casamento pois a moça combinada não era a noiva. O noivo descobria quando levantava o véu de filó, escondendo  o rosto da noiva. Nossas conversas foram importantes para a minha decisão de não usar vestido de noiva, não entrar com papai na igreja e manter meu nome de solteira quando isso não existia.

Então, quando nossa conversa ia longe eu coloquei o disco de Ray Connif com a música La Paloma. Qual não foi a minha surpresa quando ele emocionou-se ás lágrimas e pediu para tirar. Quando pedi a ele que me contasse o que lembrara ele disse que lembrou-se da moça, em Ouro Preto, que ele namorava  na janela e que ela ía até o piano e , da rua , ele a ouvia  tocar La Paloma, para ele. 

Oh, vida ! 

Com Ray Connif : KLIKA
Com Julio Iglesias: KLIKA
Com Elvis: KLIKA

                                     
Ouro Preto. De sempre

                                                   

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Instrumento de dominação

                               

                              
                                   
- Ah! A internet ...


                                         
Com certeza, o Facebook é instrumento de dominação. Terreno fértil para todo tipo de neurose. Eu tive uma página que levava a sério mas foi deletada sem mais nem menos. Suponho, que foi por conta dessa chusma de imbecis que aderem à direita ou esquerda política. E, como canhestros que são, não podem ser contrariados. Deram-me a dica que lá não é para escrever ou ser como se fosse blog. Vai entender!
Um documentário que eu vi, mostra que esse pessoal, donos das diversas mídias da internet, considerado os gênios do nada, enchem a cara de LSD e outras drogas para  fazerem o cérebro produzir mais e melhor. O vale do silício é tocado a pílulas, construídas em laboratório. O fato é que querem nossos dados, nossas fotos e nossa alma e nossa subserviência. Se possível?
Abri outra página  só para escrever besteira, nada com nada, críticas em entrelinhas, ficar rindo  do mimimi, do arrastar de correntes, lamúrias sem fim, divertir-me com os politicamente corretos, com os apologistas do bom mocismo, dos preconceituosos disfarçados de gente fina. Até quando vai dar? Até deletarem, também.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Filhote de sagui desce pro galho

                                 


Afinal,  os filhotinhos de saguis desceram das costas do Chefe Boran e pularam de galho em galho. Até deram mordida na banana e me encararam em reconhecimento.

O mais interessante é que os pais são de penacho preto e os filhotes de penacho branco. Não é lindo?

O pai? KLIKA


Nas brumas do tempo


                                       
Minha prima Daniela viu esse vídeo e publicou no seu Facebook, marcando minha página. Lembrou -se de mim. Obrigada ! 

Outro dia, vi um caderno no supermercado com a estampa de Justin Bieber. Peguei, pensando que as adolescentes de hoje não tiveram a sorte que as do meu tempo. Lembrava que havia colocado uma foto de Elvis no meu colecionador, quando eu tinha onze anos e fui parar na diretoria. Foi quando uma mulher chegou perto e disse: - Como Elvis, nenhum !
Chorei, por minha adolescência que se foi, pelo tempo que leva tudo, pela morte inexorável. Por meu tempo, perdendo-se nas brumas da minha alma, levou os homens que eu amei e me mata de saudades. 
As mulheres tem mais sorte do que os homens porque a figura que povoa a mente das meninas é mais bonita, mais doce, mais etérea.

O disco dessa música eu comprei, escondida de papai e o guardei no fundo da minha gaveta. Eu o tenho até hoje em 78 rotações. Minha irmã Consuelo, que era psicóloga e casada com um psiquiatra me disse, certa vez, que eu era o único amor platônico autêntico que ela vira. Meu marido,  sabia ser amado junto com Elvis. Disse-me, quando me viu frente à televisão, por ocasião de sua morte, vendo um filmete dele, que eu era viúva de Elvis. Sabia que, para me agradar, era comprar seus discos. Meus dois amores !
Quando Elvis morreu, recebi telefonema de gente que eu não via há anos e nunca mais os vi.
Como as fãs dizem no Facebook: - Não tente entender as fãs de Elvis pois nem elas se entendem. 

sábado, 24 de outubro de 2015

O magnífico Chefe Boran

                                        

Chefe Boran veio comer na minha mão e eu estava com o arco da minha neta no cabelo. Aquele arco com enfeite de flor. Ele pensou que era um bicho e deu um tapa para espantar. Eu mexi a cabeça em reflexo contínuo e o tabefe pegou no meu nariz, arranhando - o. Ele percebeu e pulou, ficando de longe observando a mim e o arco. Notei o equívoco dele,  tirei o arco e ele voltou. A princípio, fiquei triste, pensando que ele estaria me agredindo mas, de tão fantástico, queria espantar algo diferente na minha cabeça.

Esse sagui é a maravilha da natureza.  Cuidadoso com os filhos que estão na fase de sair de suas costas e buscar os galhos.

Notem no filme acima o cuidado dele com um dos filhotes eis que o outro, menos espertinho, está lá em suas costas.

Amo Chefe Boran. De verdade.

Foi difícil gravar porque  com u'a mão eu segurava a banana e com a outra filmava. Estava em um galho alto da amoreira.Vou tentar fazer um filme melhor mas o que eu quero é registrar o dia em que o filhote comeu sua primeira banana. E,  ele confia em mim e  permitiu. Quando tem gente por perto, ele aparece sem os filhotes.

Quem é? KLIKA

As duas faces da vida




Sei não!
Tenho minhas dúvidas...

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Feliz Aniversário !

                                 
    

Hoje é o niver de Pelé.
Parabéns !
Desejo muita saúde.
Se tem alguém que eu gosto é esse cara.
Sempre centrado, lúcido e  acertivo.

Só para arquivo : KLIKA

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Delícia completa

                                    
Olhos de jabuticaba


É época da melhor fruta do mundo. E, só dá no Brasil. Os eternos destrutivos nacionais a usam para exemplos negativos. Com certeza é gente que não se delicia com seu sabor. Sequer ficaram um dia todo, sentado em seus galhos, saboreando o seu nectar. Gentalha que usa a jabuticaba para arrastar correntes, lamuriar derrotas, encher a paciência de leitores incautos com o mesmo assunto.
Infelizmente, moro hoje em um lugar onde a jabuticaba não é comum e só resta-me ter saudades dos tempos em que, em cada esquina, tem bacia da fruta para vender aos litros. Ou, do tempo em que alugávamos o pé, em Contagem/MG e passávamos o dia todo conversando com a cara cheia das penugens dos troncos, onde a fruta agarra-se ao desabrochar.

Resta-me a água na boca!