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terça-feira, 2 de julho de 2013

A coragem de Marcelo Resende

                              

Zapeando por canais da televisão aberta, tive grata  surpresa ao deparar-me com discurso de Marcelo Resende na Record. Contrariando todas as falas de repórteres em programas sobre crime, ele dizia uma verdade que nenhum teve coragem de dizer. Em vez de focar em falar mal das leis nacionais, tocou no cerne, na verdade, no fundamento irreparável da indiferença do julgador ao dar benefícios a bandidos.

Era sobre o crime de um menino boliviano,de cinco anos, Bryan, morto no colo da mãe em assalto , sexta-feira à noite em São Paulo. O menino chorou muito e o assassino, contrariado, deu um tiro em sua nuca. O nome do bandido é Diego qualquer coisa. Com vinte anos, tem diversas passagens pela Fundação Casa. Estava preso,cumprindo pena por roubo, quando foi beneficiado para saída  do dia das mães em maio. Não voltou, continuou sua vida de crimes até culminar na morte da criança. Até aí nada de novo. A novidade é que  Marcelo Resende fez seu comentário diferente. Disse que a culpa era de quem assinou a saída do rapaz. Que se um juiz quiser não assina facilidade para bandido.

Pediu justiça pela irresponsabilidade  do juiz. Entretanto, a frase melhor foi quando disse que ele sabia que o juiz tem uma pilha de processos. Mas se fosse ele, na dúvida em poder examinar cada um, não daria o benefício a ninguém. Que o juiz precisa exigir condições de trabalho e não fingir que nada vê ao assinar benefícios sem melhor exame do processo. Não é possível que o juiz não perceba que um bandido não possa sair. E repetiu a sua tese, exemplificou muito bem, com uma coragem que eu pensei: - Este não tem processo na justiça.  

Parabéns Marcelo Resende por sua rara coragem. O medo em pagar preço por dizer esta verdade, afastam os outros repórteres da liberdade de expressão. Alguns deles tem processos pesados na justiça e, na dúvida, preferem argumentos que não são verdadeiros.Mas, de tanto repetirem instruem mal o povo que os escuta.