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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Espelho invertido

                                     

Não sei, exatamente, a quantas andam as vantagens de ser um país cristão.
As igrejas cristãs pregam, descaradamente há séculos, a primazia  do homem sobre a mulher, o servilismo natural para a bestunta, as tantas vantagens dos poderosos sobre os servos, a culpa judaico cristã que enche os consultórios dos psicólogos e psiquiatras de loucos de todos os gêneros. A bondade obrigatória para com os sofredores no nascedouro nem que for com doação de roupa velha ou cinco reais, agregados  na conta do telefone.  O lugar a que cada um tem que submeter-se para ter entrada garantida no Céu. E não se refere a sexolândia mas também. Pois que sexo são dois, casar e procriar é para os outros, aguentar a vida dura sem piscar é qualidade e resgate para a glória. Ser livre é fazer o que os fofoqueiros da vida alheia determinam ou os oráculos decadentes que não sabem a hora de retirar-se.

A leitura de um livro Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória ou A vida secreta de Fidel Castro, de Juan Reinaldo Sánches mostra que os extremos diferentes nas ideologias públicas podem ser iguais na corrupção privada e na forma de tirar vantagem do poder em benefício próprio e dos seus. Sem medo de ser feliz. Sai um otário todo dia de casa. E, a aplicação das teorias cristãs podem ter sido pregadas com cola definitiva  no inconsciente  mas, doa a quem doer, a favor de quem chegou no topo da humanidade. O uso da turba, pelo espertinho da vez, não  difere.

Vai ser duro, para quem não ama a polarização e está desejando paz e prosperidade no Brasil, continuar a conviver com o discurso de ódio invertido. Se antes o ignorante era o outro, agora é o de hoje. Se o ladrão era o petralha que perdeu o dedo para não trabalhar, agora é o pretenso honesto que vai pescar com vara em lugar protegido por lei. Se a ditadura do proletariado era a meta, agora é a volta ao nazismo. Ignorante ontem, ignorante hoje. O discurso de quem tem tempo para difamar os outros em espelho invertido. Ganhar a vida preso no apontar o dedo duro. Como ontem, hoje. Nos mesmos lugares e pelos mesmos medíocres com certeza pessoal de genialidade.

O interessante é que, tanto uns quanto os outros emitem sons iguais no ódio. Este  pode ter alguma tentativa de explicação por cientistas  do comportamento humano, esculpido  com as letras das teorias estrangeiras e vetustas, sejam quais forem. Peças sem vida no jogo dos espertos.

Quem paga o preço é a , desde sempre,  massa de manobra.

Não sei se fica feio eu dizer, vão à merda...