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terça-feira, 18 de outubro de 2016

Perdão a quem não merece perdão

                      

Juiz comprometido com o passado decreta Perdão a José Dirceu, preso por falcatruas e corrupção em crimes petralhas.

Mal sabem os brasileiros quantas sentenças são dadas por simples copiar e colar  do computador. Fora das provas dos autos, com indiferença, com esgares dos assessores. Outro dia fui conversar com uma assessora e fui colocada para fora da sala, aos gritos e ameaças porque funcionário público tem direitos, por uma simples estagiária. Fiquei pasma, boquiaberta e, quanto mais eu ficava estática, mais a moça gritava, abriu a porta, chamando a atenção de todos no corredor. Estou traumatizada até hoje com a desfaçatez e a segurança da moçoila em desancar um advogado e sob ameaça.

Eu advogo desde priscas eras e, quando comecei, juiz dava sentença em audiência e nem havia computador. Ditava a sentença para o escrivão, em máquina de datilografia e saia sem rebatida nem erro. O memorial, o advogado ditava, em audiência,o juiz ouvia e prolatava a sentença. Alguns recursos eram feitos no momento após a decisão. Não haviam arrogância, grosseria mas respeito e ética.

O argumento central para que a magistratura tivesse vencimentos altos seria para o juiz não ser corrompido. O tempo passou, a lei os beneficiou mais que a qualquer outro profissional. Tornaram-se uma casta, tão seguros e poderosos que decidem contra o estado, contra o povo do qual são agentes, assalariados, sem pejo, sem lastro, sem ética.

Os poderosos perderam-se em querer ser mais ricos do que os ricos, em querer contar dinheiro pelo dinheiro. Urge abrir a Caixa de Pandora e trazer o Poder Judiciário para o lugar que é dele, para a importância de manter o equilíbrio social para uma nação em desenvolvimento. A arrogância da falta de talento e vocação, substituída pelo tipo de inteligência que tem facilidade em decorar regras mas não tem raciocínio para sua aplicação voltada para a Justiça.