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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Efeito Bolsonaro

                                 

O efeito Bolsonaro chegou a OAB / ES.
Hoje é data das eleições e nenhum petralha na porta para fazer pressão porque não apresentaram chapa. O presidente atual é tão petralha que, disseram-me, seu telefone diz Lula Livre antes de ser atendido. Antes, era  em campanha para algum candidato ou no poder. Recolheu-se à sua insignificãncia  depois de muitos anos abuletado na presidência e em continuidade. Vade!

Eu fui oposição a OAB. As  chapas das quais fiz parte  nunca ganharam mas as mudanças surgiram a partir das nossas propostas. Antes nem haviam as tais.
Fui conselheira indicada pelo Instituto dos Advogados Espiritossantenses  no tempo em que, por ter fundado a Ordem dos Advogados do Brasil, podia indicar conselheiros. Eram os melhores e mais atuantes mas a nova lei que regula a profissão aboliu essa homenagem. Da primeira vez fui a única mulher. Abri caminho para as outras porque indiquei advogadas para o Instituto e este indicou para a OAB.

Quando cheguei ao ES, na OAB, 1973,  não tinha eleição propriamente dita. Era participação para referendar a chapa formada pelos mesmos. Todos em fila indiana,  recebendo um envelope e colocando na urna. Recusei-me, Tirei o papel de dentro do envelope e fiz um xis. Não havia mulher no local pois fui uma das primeiras. Haviam umas duas a mais. Um escândalo!  Logo me juntei com a oposição e formamos a primeira chapa. Eu fui a única mulher por algumas eleições.Tivemos que buscar ordem judicial para ter cabine de votação e cédulas da mesma cor porque a deles era azul, colocada em um envelope transparente, dando para identificar o voto ao ser colocado na urna.

Com o tempo e os petralhas ganhando espaço em sindicatos,  enquanto fazíamos campanha debaixo do Sol inclemente, sofríamos todo tipo de ofensas. Até peitada de um advogado eu levei. Imagine a figura, que morreu assassinada. Quase dois metros. Comecei a gritar: - Socorro ! Olhem o que a OAB faz com a oposição!!!! Só assim ele saiu de perto de mim.

Em uma ocasião quase bateram no candidato a presidente da minha chapa, um advogado combativo, de prestígio social e profissional, nem sei se ele está vivo. Se não o fizeram foi porque entramos na frente dele, inclusive seu filho advogado e hoje juiz. Durante esses anos, até então, a violência diminuiu porque as calúnias e as difamações, como forma de campanha deles,  acabaram  mas a pressão física continuou forte. A última vez que eu participei foi em 88. Cansei, não tive mais cabeça para esse tipo de violência que foi ficando cada vez pior.

Pois neste ano de 2018, não teve petralha e. consequentemente não houve violência direta ou indireta. Todo mundo civilizado, sorrindo, descontraído, com bom dia prá lá, bom dia prá cá.

Democracia para essa corja vagabunda é o outro.