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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Juventude, a carta marcada

                        

Tem um filme de 1961, West Side Story, cujo enredo se passa nos anos cinquenta em Nova York.
Nesse filme tem um torneio de dança cujo casal vencedor será o que ficar por último. Dançam sem parar, dia e noite. Alguns casais chegam a desmaiar, um deles,  mas não desistem porque o prêmio em dinheiro pode mudar suas vidas.
O filme mostra a falta de perspectiva da juventude em um momento, no pós guerra, e, participar de torneios para ganhar dinheiro era, talvez,  a única chance para mudar o futuro.
A exploração da miséria humana, a juventude abandonada e sem direção, também é aproveitada pelos organizadores do evento, sem outro objetivo do que lucrar, tanto quanto os participantes.


Nos tempos de hoje, os diversos realities shows podem ser considerados exploração desse mesmo viés, de uma  juventude sem perspectiva.
Submetem-se  à  exposição predatória  e o  tratamento semelhante a ratos de laboratório para ter uma chance na vida. Catapultar a sua vida profissional e buscar a independência social e financeira, principalmente livrar-se da dependência de sua família original.

Então  e mas, os intelectuais torcem o nariz, menosprezam quem participa ou organiza. Não tem olhos para o fenômeno mundial e que leva a juventude  buscar ganhar ou perder suas sonhos de futuro  nesse quadro arriscado. Os senhores do poder e da glória, a sociedade intelectualizada e digna nos seus lugares fixos na sociedade, mostram total desprezo por uns e outros como se não fosse digno uma pessoa tentar furar o bloqueio social. Para isso, precisa  de algum dinheiro.

Eu não vejo quase nada porque tenho grandes limitações em entender essa juventude participante. É muito frenesi, muita ansiedade e me deixa nervosa, sem entender  completamente o que se passa.  Penso como reagem os pais, que às vezes, também estão na retaguarda e não podem fornecer mais do que aquilo. O mal é meu porque não tenho formação acadêmica para aproveitar as nuances do ser humano, sua glória e sofrimento.
Desde Casamento a Primeira Vista,  Quilos mortais ou  até A Fazenda, todos estão no mundo da ansiedade e do submeter-se ao julgamento raivoso de um público, também problemático e que não tem nenhum pejo em injuriar, difamar, massacrar cada personagem. Nem sei como faz  o vencedor porque aos outros, a sarjeta.

Uma vertente desses realities são programas onde produtores e apresentadores ganham a vida para julgar os participantes. E, o fazem  de forma cruel como se fossem  trituradores de honras e vidas. Como esses jovens fossem piores do que animais. Pois que os mesmos que arrazam com os participantes são aqueles a  defender os animais. Ah, mas os animais são irracionais. Me conta outra...

Considero os realities shows o resultado da luta pelo lugar ao Sol onde as armas são o que se apresenta. Pelo menos não morrem como na época das guerras quando a juventude era usada para algum maluco chegar ao poder e ficar na história com loas e monumentos  e esquecidos os jovens sacrificados ao poder de uma conquista, outra.