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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A ver navios

                                                   

Os votos nulos e em branco sempre foram ou variam, no índice de trinta por cento. Como o voto é obrigatório , não sei se representa uma vontade do suposto cidadão em não querer votar. Não seria, propriamente, manifestações de repúdio a situação política do país mas omissão política, propriamente dita. Recentemente apareceu o cidadão que prefere sequer ir às urnas porque a multa é irrisória.

Tem gente que não participa de nada na vida. Só lhe interessa o que está a seu redor. É o predomínio do eu ou do ambiente em que vive. O que acontece fora dali não  interessa. Principalmente se a vida  está confortável economicamente e não faz diferença no que acontece longe de si mesmo.
Pode ser que alguns votos nulos sejam de protesto e os brancos a manifestação do sentimento,que o suposto eleitor tem de não misturar-se a essa gentalha. Talvez. Quem sabe, o inconsciente é poderoso.

Venho pesquisando esse tipo de gente por muitos anos, acho que minha vida toda, e tenho absoluto desprezo por grande maioria. Não pelos que são ignorantes, mal sabem ler. E  não sei se os índices aumentaram com o voto dos analfabetos. Mas a empáfia dos omissos, a preguiça mental em fazer um análise política do momento histórico e do papel do cidadão na decisão acomete essa parcela do eleitorado e o que representa a sua atitude.

Eu não considero que o eleitor não saiba votar. O cidadão vota no que lhe é apresentado, acredita e decide. O erro é do sistema que dá margem para  candidato mentiroso, manipulador ou agente de interesses inconfessáveis  apresente-se e vença.  A capacidade de entendimento dos fatos e dos acontecimentos também influencia. Como alguém que não sabe ler, interpretar texto ou não fala sobre política com seus amigos, parentes ou no trabalho pode decidir melhor ? Os erros são fatais...
Não vejo facilidade em decidir através da leitura de jornais ou acompanhar noticiários. Está claro que a imprensa há muito deixou de ser isenta e tornou-se instrumento de manobra para atender a filosofia do dono do jornal ou de grupos, sejam quais forem. Serve apenas como ponto no infinito.

Mas uma coisa é clara: Uma pessoa, em um momento histórico pelo qual o Brasil aravessa não pode omitir-se quando é obrigado a votar. A pessoa sai de sua casa, vai até ao local do voto, apresenta-se e na hora de votar omite-se. É muito fácil. Poderia definir resultados mas prefere ficar a ver navios. Depois não alugue os ouvidos de quem participa para dizer que vai embora do Brasil ou que tem vergonha de ser brasileiro.