quarta-feira, 30 de maio de 2018

Protesto na troca

                        
Mudei o bebedouro dos passarinhos.
A primeira intenção foi colocar água para os saguis no verão inclemente. Mas quem aderiu foram os passarinhos.
Com o tempo, a diversidade de espécies foi crescendo e eu precisei colocar água, pelo menos, três vezes ao dia.

Quando apareceu o  pica-pau e não deu para ele tomar banho resolvi mudar o cocho para um maior. Foi muito interessante ele tentar entrar e não conseguir. Ficou olhando os pequeninos e foi embora.
Eu comecei com uma garrafa pequena e mudei para uma média, exatamente porque os sabiás ficavam apertados no banho.

Entretanto aconteceu uma  coisa interessante. Enquanto eu colocava a pet maior, há três dias, os saguis ficaram me observando e alguns passarinhos, piando muito.
Quando eu terminei, o Espertinho desceu e  observou, rodeou e bebeu água.
Pouco depois, apareceram os caguinhos que usaram a pet aos bandos, fazendo fila mas  piaram muito, juntaram três ou quatro e foram embora.

Não vi nenhum passarinho usando a pet. Protesto e rejeição total. Parece que houve comunicação porque só vi um sabiá, tomando banho a tardinha de ontem. Resolvi colocar água na pet antiga e troquei da nova. Quem sabe existe um cheiro de passarinho, vai saber. Dependurei a velha na ponta da nova mas não houve adesão nenhuma.
Talvez seja porque está frio e chovendo e os banhos diminuem. Mas eu vou registrar esse fenômeno porque esses bichos pensam!

A sorte da memória de elefante

                                       
O raciocínio que considera perda de arrecadação o corte de impostos é primário no capitalismo. O correto é deixa de ganhar.
Quando há o raciocínio de perda na arrecadação verifica-se que o montante esperado não aconteceu. A saída, desde a época dos suseranos, é aumentar os impostos, nem que for na chibata.
Ora, se o país é pobre assim como seu povo, melhor ajustar os gastos e investimentos de acordo com a realidade.

Eu me lembro, na época da ditadura, quando os Ministros da Economia eram os destaques da vez, todos paulistas, quando Delfim Neto deu uma declaração dizendo que não havia desenvolvimento sem empréstimos.Tudo para justificar os empréstimos do FMI e dos bancos europeus. A economia saiu de setenta e nove e foi para a oitava economia do mundo. Mas, partir daí os impostos foram subindo. Tudo para financiar o dinheiro estrangeiro e o pagamento das mordomias de quem aproveitou para fazer parte da máquina estatal gorda e cara.

Não há exceção, o estado brasileiro é o maior empregador do Brasil e quem tem boa memória transforma-se em sanguessuga da iniciativa privada. Os outros que corram, qual barata tonta, para sustentar essa jamanta.

Os mesmos de sempre

                       

Por aqui não tem gasolina. Desde sábado meu carro está na reserva. Parado na garagem. Sábado vou fazer supermercado no muque, se houver o que comprar.
Enquanto isso os carrões dos magistrados, deputados, ministros e políticos em geral, continuam andando como se nada estivesse acontecendo. Inclusive avião, prá cima e prá baixo.

É preciso muito cuidado com os valentões da paralisação. Ou alguém tem dúvidas que o Velhaco comanda tudo da prisão tal qual qualquer Marcola da vida? Os petralhas sumiram e os esperneios do chefe, preso mas comunicável com qualquer liderança sindicalista tradicional, continua valendo. Os discursos de É gorpe , despareceram. Estão agindo e por isso, sumiram dos microfones.

Como sempre tem política por trás, para quem pode decidir. O rabo está preso de tal forma que nem podem movimentar-se. Ou não sabem. Acostumados a negociar entre eles, distantes das verdadeiras lideranças populares, não sabem conversar com pessoas distantes de partido político. Porque a primeira coisa que acontece quando surge uma liderança popular, entre o povo ou de uma categoria, é ser cooptada por algum pau mandado de partido político. Chegam qual ratos, para depois negociar um emprego político, uma sinecura como pagamento. O toma lá dá cá entre medíocres e desqualificados, cuja única qualidade é a subserviência, o não ter nenhuma qualificação a não ser saber viver com a espinha dorsal vergada.

Eu vi deputado, exigindo que fosse dada a palavra para  algumas supostas lideranças populares,  na tribuna da Câmara Federal. Não dá em nada porque há um jogo escondido entre paulistas e o resto do país, entre a esquerda e direita exatamente como sempre foi, muito forte na política do Rio e SP e seus confrontos históricos*. Isso, lá em Brasília.
Por isso Temer não dá as caras. Está mergulhado na politicagem, querendo fazer história pessoal e não fazer emergir lideranças novas. Coisa de político comprometido com o velho, com a representatividade paulista que não aceita nascer um  novo Brasil e dividir o naco que usurpou desde Mem de Sá*. Da turma oriunda, ainda viva e agindo na política, às caras ou as escondidas, com raízes na Revolução de 30 e que continua nos mesmos embates da Revolução de 64.

Enquanto isso, a nação ajoelha, como máquina do estado, como povo atarantado,  em um passo atrás na economia. Ou ficamos livres desses eternos comunistas e seus embates com os defensores da Pátria e da Família, ou não passamos para o Seculo XXI.

* : Coloquei asteriscos porque estou atacada, lendo o livro 1565 - Enquanto o Brasil nascia , de Pedro Dórea.

Se quiser saber alguma coisa a mais... KLIKA



sexta-feira, 25 de maio de 2018

A reação dos bem mandados

                                   

Ninguém é obrigado a ter opinião sobre tudo, já dizia Raul  Seixas. Para algumas coisas é até difícil ter opinião porque intrincadas e com origens diversas.
Eu sou contra greve como protesto porque sempre escondem interesses inconfessáveis de um lado e de outro. Existem várias armas de pressão sem precisar parar tudo. Ainda mais quando prejudica um todo que não tem nada com o principal. Greve é uma solução simplista e imediata de quem não sabe pensar em alternativas mais inteligentes e a médio prazo.

Então, temos a greve ou paralisação dos caminhoneiros. Tem muuuuuuita coisa por trás disso. Mas a maior é que o aumento sequencial do preço da gasolina pela Petrobrás escancara a necessidade de agir contra uma empresa que levou a bancarrota a nação. E, não me venham com essa conversa que os empregados da empresa não são corruptos mas os dirigentes políticos colocados lá pelos petralhas. No mínimo são e sempre foram coniventes com tudo o que se passa por  lá. Não se tem notícia de denúncias de desmandos ou desvios. Fazem cara de paisagem. E, não é para menos pois são concursados, recebem excelentes salários e se acham a nata da sociedade. Inclusive apoiaram o PT e seus presidentes sem noção, com atitudes próprias de chefe de quadrilha.

Os que são a favor da privatização da Petrobrás deviam ser presos por crime de lesa pátria. Um país onde a gasolina e o diesel são os combustíveis fundamentais para o transporte de gentes e coisas, onde a tentativa de fazer combustível alternativo não deu certo, exatamente porque está nas mãos de empresas privadas, não se pode admitir privatização.
Eu estou convicta que a origem dessa pendenga está na ação contra a Petrobrás que rola nos States sobre o não pagamento de dividendos e crise que prejudicou os acionistas da empresa. Ela é trilionária. Para poder saldar o débito com essa gente, a empresa colou o preço do combustível no preço do dólar. Então, o preço do dólar disparou.
Quem manipula esses preços? A ponto do governo atual desviar o dinheiro do Fundo criado para equilibrar o preço do dólar e usar  para pagar serviços. Portanto ser esvaziado. Sem que  se ouça uma voz de protesto. Eu não sei os nomes técnicos disso ou daquilo mas percebo que os interesses escusos continuam a direcionar as ações do governo e não são os do povo brasileiro.                                   

Dizer que há greve dos proprietários de transportadoras, considerado crime, é  simplificar as coisas. É fingir que não sabe o que está acontecendo. Gente tão ordinária, esperando passar as eleições para jogar uma hiper inflação sobre o povo como foi nos anos oitenta.
Todo mundo sabe que o preço de tudo   sobe junto com o preço do combustível. Não precisa ter um QI maior do que noventa para saber que a o aumento do combustível repercute em cascata na economia.
Quem está segurando esse preço se a inflação não disparou? As transportadoras.

Meu filho tem um amigo de infância que é dono de transportadora. E há meses está desesperado para pagar as prestações de suas jamantas, teve que parar algumas e assumiu o volante de outra para ver se não perde suas carretas. Não há como fazer previsão de despesas de uma viagem quando não  há planejamento na Petrobrás. Quem está segurando as pontas nas despesas da casa é sua esposa que é médica. Qualquer dia ele tem um infarte. Coloque isso em status macro...

O povo brasileiro está nas mãos de alienados, ricos, milionários nos ganhos e no estilo de vida, distantes do povo e suas lutas para construir esse país e querem que esse mesmo povo seja um rebanho de ovelhas que vai para onde vai o líder, inclusive para cair em penhasco.


Sei não... KLIKA

A saber ? KLIKA

quarta-feira, 23 de maio de 2018

QI de ameba

                                  KLIKA na imagem. É do Youtube

Depois de muita luta e até brigas com pessoas que vem trazer seus cães para defecar na nossa rua, agora vejo outro fenômeno.
Os microcéfalos, depois de conseguirem aprender que deviam recolher o cocô dos cachorros, estão recolhendo em saquinhos plásticos e... jogando na rua !!!!!!!

Socorro! Como imaginar que essa gente educa seus filhos em algum mínimo conceito para a vida cotidiana?

Outro dia fui buscar um documento na Secretaria de Obras e parei o carro um pouco longe porque a cidade está toda retalhada para pagar estacionamento  para a prefeitura. Então, me perdi e perguntei a duas senhoras, paradas na esquina, se elas moravam no local e conheciam a região. Sim, moravam há trinta anos naquela rua. Então perguntei sobre a secretaria e que ficava em um edifício, em frente ao Bar do Bolinha. Uma delas respondeu, apontando para a direita, que eu seguisse a rua porque lá na frente tinha um monte de ruas e eu poderia saber qual era a que estava a secretaria.
Como eu não segui a orientação muito vaga ( ! ) parei, olhei em redor e vi, do outro lado da rua mais em frente, o Bar do Bolinha com uma placa do tamanho do mundo. Ao atravessar a rua para ir onde precisava, a senhora comentou com a amiga que eu não estava seguindo a sua orientação.

Socorro!!! Duas senhoras que devem ter educado seus filhos para a vida e sequer sabem o nome da rua ou onde ficam coisas óbvias para quem mora há tanto tempo no local. Como sobrevive essa gente? Como educam o brasileiro?
Algumas delas são as que recolhem o cocô do cachorro em um saquinho e jogam na rua, exatamente onde o cachorro defecou.

Eu  precisava  nascer nesse lugar?!

#cocodecachorro

terça-feira, 22 de maio de 2018

Atualização ou alienação

-Um pedaço da minha casa 
                     

Se o mundo não está acabando é porque tudo continua na mesma.

Não consigo entender uma pessoa sem fazer exercício físico, nem que seja uma mera caminhada três vezes por semana ou procurar entender como funciona os recursos da internet. Olho  de olho cruzado para aqueles que dizem ter horror a internet e seus recursos. Faz lembrar aqueles alemães da minha vizinhança, quando eu era menina, da esquina da Rua Brasília com Teófilo Otoni em Belo Horizonte / MG e que nunca aprenderam o português. Ou aquela gente que tem medo de escada rolante ou andar de elevador.

Minha avó paterna, Vovó Umbelina, tinha uma irmã Maria, que ficou trinta anos sem sair de casa. Só saiu depois que sua neta tornou-se psicóloga e conseguiu fazê-la passear de carro mas encolhida em um canto. Ao mudar-se de Pium-í para Belo Horizonte, a cabeça dela não suportou os bondes, os carros e as mulheres com saias que não eram arrastadas na poeira do chão. Continuou costurando suas roupas, na máquina Singer de pedal e foi o estilo que eu lembro-me dela.

As pessoas não precisam entrar em redes sociais que são meras formas de enriquecimento para uns e leitura fácil para outros. Embora não sirvam para uns, as redes sociais obrigam a pessoa a ler e escrever, aprimorar um mínimo  português porque, muito embora seja tolerável a  confusão entre mais e mas, os bestuntos tentam escrever melhor a cada dia.

Ou todos nós participamos das novidades tecnológicas como sempre foi feito, na medida exata das diferenças e proporções, ou podemos encomendar o enterro, a cremação e até deixar tudo pago.

#ainterneteavida

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Decadência

                             
A pior coisa é aceitar que está envelhecendo, ficando velho, perdendo a juventude. O que se faz para fingir que não é o mesmo da mocidade, que as forças estão indo embora, que tudo vai ficando mais difícil não tem limites.
Quando mamãe fez cirurgia de catarata e olhou-se no espelho, ela disse que levou um susto com o que viu. Papai sorria satisfeito quando contava que na portaria do prédio da minha irmã, o porteiro pensou que ele fosse irmão dela. No filme Tudo a Ganhar a mãe da personagem principal diz que, quando se olha no espelho não se reconhece.

Estou chegando nessa fase. Velha metida a moça é alvo de pessoas que estão prontas para agredir gratuitamente. Sempre encontram uma forma para lembrar que a pessoa está velha. Nem que for indicando a fila dos velhos no supermercado. Ver os outros envelhecerem com saúde é uma tortura para quem cai pelas tabelas desde quando fez trinta anos.

Mas o pior é quando as forças físicas não são as mesmas. Eu fazia dez coisas ao mesmo tempo. Tinha um preparo físico que dispensava ajuda para isso ou aquilo. Um exemplo é quando estava grávida de oito meses do Marcus, o gás acabou e eu tive que levar o botijão no muque, escada acima  porque o cara da revendedora não o fez. Para não discutir com ele, e percebendo que ele abusava por eu estar grávida e com o sorriso nos olhos, querendo colocar-me no meu lugar, peguei o botijão e levei escada acima.

Tive uma empregada muito frágil que procurava não limpar o chão da casa. Em uma manhã varri a casa toda, passei o pano com detergente e encerei. E, na boa, suando pra caramba porque o calor e a umidade é muita nesse lugar, mas não tive problema algum. Hoje, no máximo faço isso cômodo a cômodo.

Subir as escadas da Cidade Alta, em direção ao Forum, de dois em dois degraus era moleza, mesmo grávida. E sem resfolegar na chegada ao topo.
Hoje, faço minha caminhada e quando subo  o morrinho aqui perto de casa ou as escadas da academia, tudo  bem rápido mas degraus um a um, na terceira vez já coloco os bofes pela boca.

De manhã já levanto mais lentamente com vontade de ficar deitada, lendo ou dormitando. Ao levantar e ainda sentada na cama, preciso fazer ginástica com os pés porque podem ficar com fascite ou eu andar devagar até o aquecimento.

Vejo processos desde 1970 e guardava tudo na cabeça. Mesmo com os arquivos de sempre. Em um tempo em que não havia cópia xerox e as petições eram datilografadas com três cópias e papel carbono, as informações jurídicas estavam na capacidade de compra de livros e coletâneas de jurisprudências, a memória sempre foi um diferencial. Uma advogada, formada há pouco tempo, disse que tenho memória de elefante e eu fico pasma por ela não ter memória alguma. Mas sinto que preciso correr o alfabeto todo até  lembrar-me de uma palavra ou outra.

Estou ficando velha e isso é a ponta do iceberg. Sinto minha cabeça esfumaçando, pinicando, alguma coisa está acontecendo. Mas o pior mesmo é achar que Elvis já era, está ultrapassado como figura masculina e já morreu há tempos demais.

Caramba ! Envelheci. Como dizia mamãe, estou muito decadente...

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Por pouco, um Haiti

                          
A miséria do povo brasileiro não é porque não trabalha ou é indolente como querem os donos do sistema. A miséria desse gigante é por falta de atuação de quem devia atuar.
Mas as coisas estão mudando. Não é plano de governo que não dá certo e nem inflação mas as causas de tudo e que resume-se em uma palavra CORRUPÇÃO.

Eu não simpatizo com a figura de Sérgio Moro mas não posso deixar de reconhecer o papel histórico que desempenha na construção da nação. Minhas ojerizas são, exatamente, por exercício da profissão que esbarrou e esbarra em magistrados indiferentes aos feitos que julgam e muito distantes da construção do Brasil. A maioria não tem compromisso com o cargo, com a necessidade de ser imparcial e na omissão da aplicação da lei.
Mas sei que tudo acontece no Brasil pela coragem ímpar, a lucidez da inteligência e a vocação para o cargo, exercida pelo juiz federal. Fica claro que nada aconteceria se em outra região do Brasil que não fosse a região sul.
Tanto é assim que as cosas aconteciam no RJ e SP e não dava em nada.

Hoje, como reflexo da compostura serena e atuante de Moro, no cumprimento da sua função, o juiz federal Marcelo Bretas, lotado no RJ, assumiu seu papel no desbaratamento da intrigada criminalidade da nata carioca. E, consta que foi lancetada ferida mais pustulenta do que a Lava Jato com decretação da prisão do doleiro, figura expoente na intrigada vida dos ricos daquele estado. E, que nunca pára de nos horrorizar pela capacidade de sugar a nação, seu povo e fazer o Brasil um país pobre, nos bilhões usados, desviados do povo brasileiro.

Se JK não tivesse mudado a capital para o meio oeste , já seríamos um Haiti.

Não leu? KLIKA

Cúmulos acumulados

                                              - Minha casa à direita

O estado brasileiro não educa. O estado brasileiro prefere usar a punição  para atingir os seus objetivos. Não é verdade que o país não tenha um programa, um foco, um caminho, uma proposta de país. Seus representantes, aqueles que comandam, tem propostas claras, Inclusive digladidam-se para impor um e outro à população afastada das decisões e que só é chamada para, como ovelha, dar respaldo nas eleições.
Enquanto estado que não educa, o controle da natalidade é  levado à população através de leis que restringem ou punem os parvos que insistem em reproduzir em um país que não tem cidadania para quem não esteja na base da pirâmide social. Não há educação sexual, mas incentivo ao sexo livre, crescimento da maternidade e paternidade do adolescente sem interferência, incentivo a prostituição como baluarte da masculinidade, justiça que não protege a paternidade a não ser pela prisão do devedor da pensão alimentícia, guarda compartilhada nem pensar, campanha a favor do parto vaginal e aleitamento materno, dissolução da família, aumento da criminalidade, falta de oferta de trabalho para a juventude com consequente ócio e adesão ao mercado das drogas.

Outro dia recebi um telefonema pedindo dinheiro para as mães e bebês que nasceram prematuros. Mudaram o discurso anterior que era dinheiro para o leite das criancinhas. Em ambos perguntei se havia algum programa de educação sexual, de vasectomia para os que tinham três filhos no máximo, de verificação do grau de alfabetização dos pais, de como direcionavam os filhos para as escolas. Qual era o grau de miserabilidade para reproduzir brasileiros saudáveis. Ficaram ofendidos porque julgaram a pergunta uma ofensa. Eu devia contribuir por amor ao próximo. 

Qualquer manual básico de sociologia contém o princípio que um país não pode planejar nada sem saber quantos, onde e quem vai nascer no lugar. Enquanto isso, o estado brasileiro, por seus representes, estão mais preocupados em política de esquerda e de direita. Ou cadeia nos drogados, desconhecimento dos abortos, pessoas sem educação para o mercado de trabalho, presos porque restou-lhes a marginalidade, cadeia produtiva vergada pelos impostos e defesa de corruptos sanguessugas da nação. 

Há muita coisa escondida atrás dos discursos de ex padres bolchevistas e sindicalistas que não largam o osso. Palavras o vento leva e escondem-se em nuvens passageiras.

Ok, vamos a revisão KLIKA

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Abusos e abusos

- Você escolhe o lado da felicidade
                   
As pessoas não falam. As pessoas não denunciam. E, não o fazem porque sofrerão retaliação. Quem sabe até perseguição pelos próprios companheiros beneficiados. Ainda correm o risco de serem tidas como criadeiras de caso, implicantes, chatas, X9, dedo-duro, judas.  Pior, correm o risco de inversão do foco se a denúncia atinge poderosos ou interesses inconfessáveis. Perder o emprego? Com certeza.

Quando se tem a maldita vocação para ser advogado, o impulso precisa ser controlado como se fosse um vício.
A primeira vez em que levei ao conhecimento do que se passava eu devia ter seis anos. Fui excluída e nunca disseram o motivo. Só em adulta percebi porque lá em casa me perguntavam o que tinha acontecido e eu não sabia. Depois foi como professora primária recém formada. Fui mandada embora e minha vingança é que a escola faliu, poucos anos depois. Se tivessem me escutado poderiam ter ido em frente.

Em associações estudantis ou religiosas, que eu sempre busquei porque gostava de participar desse tipo de coisa, preferi me afastar. Talvez por afastar lideranças com seus abusos, faltam lideres no país. Não eram abusos sexuais mas de poder.

Quando já advogada, um episódio entre tantos, foi porque  recusei-me  fazer constar em ficha a raça do cliente que eu atendia na defensoria pública. O energúmeno exigiu que eu pedisse minha exoneração. Recusei-me. Que me exonerassem. Fui exonerada sob ameaça de processo administrativo e nem sei com que alegação. Nem me interessei, virei as costas e ponto. Talvez por meus argumentos quando não medi as palavras e devem ter pensado que eu desafiava o Movimento Negro do qual o chefe fazia parte. Fiquei tranquila porque não me vergo. Fizeram aglomeração na porta, em protesto. Pessoas que souberam e que eu havia resolvido seus casos com simples telefonema quando batiam cabeça atrás de soluções, andando dali praqui. Eu apenas soube. Que se danassem todos. Eu, viúva com dois filhos adolescentes e eles sem dó. As ameaças não se concretizaram e eu cuspi de nojo do boçal. Imagine que bobagem! Mesmo porque nem eu sei que cor eu tenho pois quando, com onze anos, fui tirar Atestado de Boa Conduta, o cara colocou cor parda e eu perguntei a mamãe que cor era aquela. Era a cor do papel que embrulhava o pão.
Desde então, recuso-me a aderir a essa conversa de cor, raça, origem, importada da zoropa pois brasileiro não tem cor, não tem raça e tantas origens que não sabe dizer. Brasileiro somos todos nós nascidos e misturados, formando uma novidade que os estrangeiros ouvem cantar o galo mas não sabem aonde.

Portanto, eu entendo perfeitamente o medo e a omissão de tantos atletas nacionais ou estrangeiros em não fazer denúncias de nenhum abuso vivido. E, com certeza não é somente o sexual mas as físicas e incluídas as humilhações para melhor rendimento. Precisa ser maluco e nascer sem medo e, mesmo assim, preferir viver sem as lantejoulas da civilização porque o sistema é forte para proteger poderosos e duvidar dos fracos. As necessidades colocadas no desempenho moldam tudo. E, os fracos  não sabem reagir, não têm forças. Ou não podem. Sejam jovens ou adultos. Quando não preferem a própria morte. Mas este já é outro assunto...

Está por fora? Então, KLIKA

Ou por quê ? AQUI