domingo, 7 de junho de 2020

Vivi para ver


                  
Está difícil viu ! Está perigoso dizer o que pensa. Haverá sempre um chato, um medíocre com ares de sabido,  rompendo amizades, vínculos de parentesco em quase uma cuspida na sua cara. Haja capacidade de adaptar-se a estes novos tempos, fazer das tripas coração e fingir que não viu nada. Melhor assim. Senão periga isolar-se para não haver quem se julgue dono da capacidade de ofender e, depois, fingir que nada aconteceu.
Vou dar um exemplo rasteiro mas repetitivo em várias ocasiões, com as devidas adaptações aos fatos e aos personagens.
Ontem, sábado, eu fui comprar cimento branco e que hoje é vendido como cimento de rejunte. O comércio, por ordem dada por Portaria com força de lei, pelo senhor governador do estado e se descumprida há fiscal para multar e prender o comerciante, só podia abrir até o meio-dia. O atendimento é feito quase no passeio, com uma bancada na entrada e todos usando máscaras. 
Eu esperava ser atendida quando uma mulher de péssima aparência, faltando dentes na boca -  o que é raríssimo por aqui - chegou para comprar dois parafusos e passando na frente de um ou dois que esperavam como eu. O vendedor pediu que ela esperasse e ela perguntou, a mim, se podia ser atendida na minha frente. Respondi:Tanto faz. Foi o bastante para a mulher começar a falar alto, dizer que eu a havia ofendido dizendo tanto faz como se ela fosse lixo.
Eu caí na besteira de perguntar se ela me conhecia, se eu havia me dirigido a ela. Ela, então, disse que eu estava tratando-a como uma prostituta, etc, etc. O rapaz me atendeu rápido, pedi pressa para passar o cartão de pagamento, quase nos embananamos. Enquanto isso, a mulher dizia que me processaria e que eu a havia ofendido. Saí literalmente correndo até o meu carro, ela atrás de mim, entrei e só coloquei o cinto de segurança um quarteirão abaixo.

Só quando cheguei em casa é que me dei conta. A mulher provocou uma situação para eu retrucar algo e ela fazer notícia de ofensa por discriminação, qualquer uma. Olhem o risco que eu corri. Ainda bem que o rapaz da loja me liberou logo, também nervoso ou apreensivo porque sou cliente há anos, desde quando era uma portinha de garagem e hoje é uma rede de lojas de material de construção.

Desde pessoas com conhecimento universitário até pessoas incultas, estão todos em crise moral gravíssima. Fatos e atitudes repetitivas em um tempo no qual todos querem ser o centro do mundo e cada um se acha com  mais sensibilidade e respeito, na individualidade acima do coletivo.

E como está na moda falar palavrão, desde uma sessão na magistratura ou ministério, até em notícia do jornal televisivo, faz de contas que eu soltei um bem cabeludo para essa gente que pinça pessoas para ofender, mesmo quando  tratadas com civilidade.

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Nota: Quero deixar registrado no meu blogue. Essa figura que de longe, sequer mora no Brasil  mas quer dirigir a nossa vida. Desbocado, vetusto, equivocado, arrogante! Asco! Se quer ter engulhos?  KLIKA





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