sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Perfumando a vida

                                  

A última vez que fui a Belo Horizonte/ MG foi para comparecer a uma audiência. Há um ano. Cheguei pela manhã e voltei à noite. Fiquei em uma pousada na Praça da Liberdade. Simplicidade beirando à pobreza. A moça da portaria garantiu que não era de alta rotação. Só mesmo eu, uma epicurista.

Resolvi dar uma volta pelas redondezas, depois do almoço em um restaurante onde havia a comida divina de Minas Gerais. Comprar o autêntico pão de queijo -  para trazer para meus filhos - e  que não se torna uma pedra quando esfria. Matar a saudade pelos lados da igreja da Boa Viagem, do Instituto de Educação, da Avenida Bias Fortes, da própria praça. Lugar onde vivi toda a minha vida, pois estudei no Instituto, li muitos livros da Biblioteca Pública, paquerei Luiz Flávio nas noites frescas da adolescência e transitei pela Feira Hippie. Exerci meu direito de ir e vir incontáveis vezes. 

Belo Horizonte é chamada Cidade Jardim por suas plantas. Sempre foi assim e quando cheguei em Vitória/ES foi difícil adaptar-me em uma cidade onde não havia um mato vagabundo, crescendo entre as pedras da rua. Quando comentei isso com uma amiga de meu marido ela debochou de mim mas nem me importei porque ela não sabia do que eu falava.

Assim, andando à esmo, parando pelo caminho, senti um perfume muito forte. Procurei aqui e acolá e quando virei-me havia, às minhas costas, um pé de manacá muito florido, na frente do prédio. Quase chorei, de saudade daquele que havia no jardim da nossa casa e papai tratava com tanto carinho. E, quando ele floria dava até dor de cabeça.

Plantei dois pés de manacá um no quintal e outro entre o portão da garagem e da entrada. Este último, não é um bom lugar mas pretendo mudar  quando ele estiver maior. Ele floresce mais de uma vez ao ano. Começou com uma florzinha merreca que não durou dois dias mas pouco a pouco as flores vão surgindo e já exala perfume a entrar casa a dentro. Essa foi minha intenção quando o plantei. O manacá não é flor de beira de praia e quando floresce nunca é como os que vemos nas montanhas. É sempre raquítico.

Quem tem bom olfato não pode morrer sem antes sentir o perfume de um manacá.

2 comentários:

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Eu adoro Belo Horizonte. Já fiquei hospedado lá na cidade. Até patinei no gelo por lá!!! Rs... Bjs, Fabio www.tvfabio.zip.net

ana paulino disse...

só conheço Uberaba e gosto mto, gostei do seu canto um bjo http://anaherminiapaulino.blog.uol.com.br/