segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

... E a poeira levou .

                   


Nesse domingo, 10.02.19, foi o Prêmio Grammy, isto é, as músicas premiadas dos EUA.

Fiquei mais interessada no programa que entrevistava os artistas e mostrava as roupas. Uma profusão de caras novas, de gente jovem com esperança em ser consagrada, autores de suas próprias músicas, enfatiotados a la " americano ", maquiadíssimas e maquiadíssimos, em não se sabe quantos drogados, de olhares perdidos direcionados prá lá e prá cá por alguém, de preto, a apontar o dedo onde deviam ficar para as fotos.
Eu tive pena ao perceber  nos  tantos que sumiram do mapa, destruídos pela máquina de fazer dinheiro daquela gente enfeitada e estática, tensos e em fila para dar entrevistas. Olhares em um futuro à mercê da máquina que não sabem como agradar mas que come a alma e a sensibilidade do artista verdadeiro.
E o número imenso de gente vestida de preto! Provavelmente com medo de não acertar e tornar-se a mira da mídia ou das redes sociais cruéis e destrutivas da vez. 

Esse prêmio é dado para os artistas escolhidos pela gravadora e não sei o critério.  Mesmo que digam ser outra a forma de escolha. Sei que direciona as tendências, mede o vocal e os decibéis que devem valer pelo tempo que lhes interessa. Inclusive as letras das músicas. São os ditadores dos agrados, dos talentos, das almas muitas vezes penadas.
No mais, é difícil guardar os nomes que mudam vertiginosamente, esquecidos com facilidade nos artistas consagrados do ano passado e que foram jogados nos nossos ouvidos como máximo de grandeza.  Esperanças perdidas na máquina de fazer doido. 

Assim como no cinema, onde grandes atores, infinitamente superiores aos queridinhos de Hollywood,  não tem destaques porque não fazem parte da patota ou não se vergam à estafa da propaganda, o mesmo acontece na música. Se o indivíduo insistir em ser autônomo, lançam uma perfídia sobre ele e o enterram de vez.

Por isso, ainda fico com a roupa da cantora, desconhecida para nós, que foi vestida até com arame farpado. Ou o que imita o próprio.

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#grammy2019

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