Quando homenageio Elvis pelos seus oitenta anos, se vivo fosse, o faço a todos nós que envelhecemos. Chegamos aqui, tão à frente , enfrentando as intempéries, com saudades dos dias românticos que se foram. Elvis faz parte desse tempo. Eu faço parte desse tempo. Abrimos caminho para as novas gerações. E, muitos dos que usufruem das benesses alcançadas, cospem no prato que comem. Desconhecem seus autores. Injuriam, com cara de demônio.
Leio estarrecida comentários em textos sobre Roberto Carlos ou Pelé, chamando-os de velhos e outras coisas impublicáveis. Adoeço quando jovens chamam mulheres de bruxas, gagás e homens de múmias. Erasmo Carlos fala em seu show que, a princípio, ficava chocado mas conseguiu superar o que escreviam sobre ele na internet. Essa gente pode, sequer, chegar tão longe e , seguramente, são a ralé moral que nos envergonha.Viver tanto, enfrentando esse tipo de gente é muito difícil e Elvis também teve quem o tentasse destruir. Muitos são, hoje, chupim da sua glória. Sua sensibilidade o impediu de viver mais. Se vivo fosse ficaria estarrecido ao ver que o transformaram em um zumbi de sanguessugas insassiáveis, E, quem captanea foi quem lhe deu a primeira facada.
E, para não desviar-me da perversão humana, atrevo-me a dizer que morrer jovem contribuiu muito para sua imortalidade, da forma como é. Envelhecido, enfrentaria a horda de injuriosos que enfrentamos, nós os sobreviventes, às vezes, de tão de perto.
Parabéns Elvis por seu niver. No lado bonito da minha vida, você está em destaque, aplaudido pelos que, junto comigo, vivemos juntos e o saudamos.