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terça-feira, 5 de novembro de 2019

A escolha do discurso

Guarapari / ES 
                   

Uma pessoa, quando gosta da natureza, ela não demonstra com cachorro e gato de estimação, presos pela coleira. Ou porco desenvolvido no laboratório, diminuído, para ser brinquedo ou para dormirem juntos na cama. Isso é outro departamento. Inclusive  pode ser um problema, até  mesmo psiquiátrico.

Gostar é diferente de amar e aqui é gostar. Assim, uma pessoa não jogar lixo nas ruas ou não ter um monte de filhos é demonstração de sintonia com a natureza. No mesmo patamar do estar inserido no lugar onde vive. Hoje não é como ontem, quando  haviam espaços e compreensão diferentes.

Se derrubar árvores não fazia diferença para quem podia pagar a madeira, sempre cara, hoje é proibitivo. Meu avô era carpinteiro, veio da Itália e montou uma serraria em Belo Horizonte/ MG, participou da construção da cidade. Seus trabalhos ainda estão lá nas secretarias da Praça da Liberdade, tudo de peroba da Mata Atântica e Pinho de Riga importado da Rússia. Deve ter outras madeiras nobres mas não vem ao caso. Apenas exemplifico outros tempos, diferentes de hoje, quando as consequências dos atos que sustentaram um tipo de civilização precisam ser mudados. Não é verdade que a mudança é por generosidade mas sim porque o material acabou e quem vivia deles migrou-se para outro tipo de exploração da natureza, como o petróleo por exemplo. Os mesmos que tiraram das matas o material para suas vidas mais confortáveis e limpinhas, hoje andam pra baixo e pra cima de avião e carros elegantes, tudo muito moderno para discutir como eu devo viver e encarar o mundo. Quero ver para onde  irão as sucatas de seus aviões, carros e navios quando passar o tempo deles ou forem substituídos por outros mais caros e modernos. Ter vida compatível com a natureza que transforma tudo, que está no seu lugar de forma simples e bonita não chama a atenção, não valoriza nada e nem ninguém.
Essas viagens que podem ser substituídas por vídeo conferência não dão destaque para gente estranha a ensinar para o mundo que o fausto monarquista é a meta a ser alcançada, custe o que custar. Gente limpinha, cheia de salamaleques e shake hands , reunidas sob a luz forte dos holofotes para discutir o nada em comissões inúteis , gerando papéis assinados e  arquivados sabe-se lá aonde.
Mas quando querem   resolver é na ameaça, na bomba jogada na cabeça de civis comemorando aniversário, queimando árvores  ou jogando óleo  cru nas praias do Brasil.
Não importa, tudo fica na mesma e a impunidade não existe apenas no Brasil. Mas alimenta o poder, a ganância, as vaidades e o exibicionismo de atores canastrões ou de adolescentes criadas na redoma. Estes olham de longe as árvores e as vidas mas mostram nas fotos ou nas viagens rápidas, fotografadas para mostrar como são modernos e bonzinhos.

Nada é o que parece ser.
Nem qualidade de vida.

     
Da minha casa
                                     

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