A noite não passa |
Não posso e não quero ficar fora do registro sobre o Escândalo Moro sobre Carla Zambeli, deputada federal por São Paulo.
O ex juiz, ex ministro sempre ávido por holofotes Sérgio Moro, deu entrevista na semana passada, declarando seu constrangimento em ter sido padrinho de casamento de Carla Zambeli.
Releva lembrar que este senhor estava ministro de justiça e segurança pública quando foi convidado a ser padrinho de casamento da deputada, fanzoca declarada do camarada, desde quando ele era juiz da Lava Jato. Ela conviveu com ele, por ser apoiadora do presidente da república e convidou-o para padrinho de seu casamento. Ele aceitou e ainda participou da festa com alegria e descontração.
Ao deixar o cargo de ministro, sem despedir-se de ninguém e convocando a imprensa para pedir exoneração do cargo, dentro dos recintos do governo, o senhor das glórias próprias, foi direto para os microfones da Rede Globo dar entrevistas para espinafrar com sua afilhada de casamento e acusá-la de querer comprá-lo para não deixar o cargo. Tudo engendrado a partir do ressentimento por ter sido admoestado na reunião ministerial amplamente divulgada. Inconformado por não receber os mesmos elogios dados a outros ministros mais competentes e produtivos e chamado a razão por calar-se ante ao autoritarismo de governadores, mandando algemar adolescentes, idosos e mulheres de biquini na praia, encheu-se de razão, cresceu um ódio sem limites fazendo-o escoicear contra os que conviveu para justificar a perda do poder e da ansiada glória. É que se chama Meteu os pés pelas Mãos.
O ex tudo, inclusive exemplo de honra e dever cumprido, visitou no hospital de São Paulo, o então candidato a presidente , recuperando-se de um atentado a faca em Juiz de Fora/MG. Ao formar seu ministério, Bolsonaro não pode descartar tão valiosa cooperação e nomeou-o ministro. Houve maior fofoca na oposição ante a hipótese do juiz ter feito parte da campanha política. O PR negou, o ex tudo negou. Agora está a prova de que nunca participou, sequer apoiou. Só entrou no governo com a ambição de ser nomeado para ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas magistratura está longe da política. Juiz não tem a mínima vocação para engolir sapos e achar os caminhos das pedras. Ainda mais depois de décadas de salamaleques, de determinar sobre a vida e a honra das pessoas. É o mesmo que juiz aposentado querer ser advogado. Não dura seis meses porque abandona a nova profissão ou tem um enfarte fulminante.
O ex tudo, inclusive senhor das honras e glórias dos honrados e firmes, tornado pária pelo pessoal da esquerda, da direita e do centro, procura holofotes na esperança de ser candidato a presidência da república. Quiçá sobreviver com polpudo salário haja visto ter perdido a boca da magistratura onde recebia até Auxílio Moradia, tendo casa própria.
O brasileiro, na ânsia de ver produzir lideranças sem jaça, esperançoso na existência de gente séria, honrada e sábia na vida pública, vê-se frustrado por mais um ídolo de barro, esborrachando-se em mil pedaços. Não quer, sequer catar os cacos.
Não leu? KLIKA