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sexta-feira, 17 de março de 2017

Onde ficam os inocentes?

                       

Desde quando minha vida de mocinha teve inicio eu disse que jamais iria a um médico ginecologista. Minha convivência com os rapazes era em festas ou encontros entre amigos. Eram predominantemente estudantes de engenharia e medicina. Quanto os estudantes de medicina, as piadas, os olhares, a forma com que tratavam as mulheres não me agradava. Enquanto convivi anos a fio com estudantes de engenharia jamais vi piadas e chistes tão grosseiros. Nunca fomos impedidas de namorar e eu escolhi essa forma para fazer minhas pesquisas visto conviver somente com mulheres. E, me afastei de vez dos médicos e suas misoginias.

Quando casei-me, mudei-me de Belo Horizonte/MG e  só havia uma mulher ginecologista em Vitória/ES. Antes de saber disso tinha dito a meu marido que, ou eu não teria filhos ou iria a Belo Horizonte fazer o acompanhamento. Nunca acreditei que uma mulher bonita e gostosa, com as pernas arreganhadas, na cara de um homem, não fosse pasto para atitudes escusas. Eu dizia que nunca ficara assim com o meu pai e não seria com um desconhecido. Um homem não vai em médica  urulogista para cutucar sua intimidade... Ignorância? Vão a merda!

Ouvia no meu escritório casos de abusos e meu tio que era ortopedista e professor das duas escolas de medicina de Belo Horizonte/MG  deu-me como resposta a uma conversa desse tipo, que os piores alunos faziam essa especialidade. Que nunca fosse sozinha a uma consulta.                                 

Quando estive no Movimento Feminista, chegamos a ir a Brasília pedir atitude do ministro contra abusos sexuais no INSS, inclusive contra idosas. Não deu em nada porque ninguém aceitou firmar pé nas denúncias e o ministro fez ouvido de mercador.

Atitudes de profissionais doentes  existem em todos os lugares e profissões  e sei que muito homem sofre do mesmo mal porque o mundo não é fácil. Mas aqui trato de mulheres. 

Agora explode um escândalo nos EUA sobre abusos sexuais na ginástica olímpica. Era só o que faltava para acabar de vez com uma modalidade que exige do corpo o absurdo no esporte.
Duvido que o discurso seja somente contra a mulher. Vai fundo que aparecem mais coisas. Onde ficam os inocentes?

Eu? Continuo com as barbas de molho porque tarado também envelhece. Continuo convicta que a ginecologia  é uma especialidade feminina, ponto.

Não sabe? KLIKA para saber
Criança/pedófilo e mulher vulnerável/tarado KLIKA