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sábado, 5 de abril de 2014
Era sagui de tufo branco
Contei que um gambá havia entrado em casa, noite dessas, e comido o mamão que estava em cima da mesa. (AQUI o relato). Eu sabia que há gambás por perto e, inclusive, já chamei o Corpo de Bombeiros para resgatar um filhote na árvore. Enquanto esperávamos o resgate, mantínhamos o filhote encantoado no galho, com uma vassoura.
Não deixei de pensar como o gambá teria entrado em casa. Por onde? Não encontrei a resposta pois uma suposta passagem não tinha como ele escalar.
Pois hoje, sábado, lá pelas 14 horas, saí na garagem fiquei admirando o pé de primavera que está meio capenga. É que o capinador da prefeitura quase o cortou com o cortador de grama, usado na capina. Eu o estou monitorando na certeza que ele não vai morrer. Com a chuva que tem caído, acho que vai deslanchar.
Qual não foi o meu espanto, quando uma família de saguis de penacho branco salta do muro em frente, atravessa a rua, sobe na sibipiruna da rua e vem para o limoeiro da minha casa. Corri para pegar a filmadora, filmei mas não sei se saiu bom.Um deles parou e olhou para mim. Vou editar para tentar mostrar. Estão uma beleza. Eles sim, estão há muito rondando a casa sem que atinássemos o que seria. Foram eles que entraram em casa e comeram o mamão. Passaram pela abertura do jardim de inverno. Que privilégio o meu, morar em um lugar com tanta riqueza de animais silvestres! A dona dos lotes disse-me, outro dia, que ia manda roçar tudo mas eu pedi que ela deixasse como está pois as árvores e arbustos eram habitadas por dezenas de pássaros. Tem até capivara embora eu nunca a tenha visto mas os vizinhos sim.
A maravilha desse país e seus habitantes, preservando os animais nos trarão de volta o Brasil de antes. O assanhamento dos carcarás, fazendo barulho nos telhados, inclusive no meu, deve ser porque avistaram os miquinhos. Realmente, é tudo uma emoção para mim.
Pelo menos o barulho e guinchos na noite não são fantasmas!
segunda-feira, 17 de março de 2014
A visita dos saguis
O brasileiro ficava ofendido quando estrangeiro perguntava se haviam macacos,cobras ou outros animais vivendo entre nós. A pergunta era considerada o retrato do menosprezo. Então, tratou de matar até passarinhos. Andar com bodoque na cintura e ter pontaria certeira era o máximo para as crianças incentivadas pelos adultos.
Com o tempo, quase dizimados pela condição dos intectualóides, envergonhados do Brasil e ávidos em transformá-lo em terra nua para mostrar igualdade com o primeiro mundo, houve uma guinada que salvou os animais desse país. Chegou a onda natureba.
Hoje, a moda entre os sabichões é dizer que os animais encontrados no perímetro urbano são consequência da tomada do seu espaço pelos humanos. Não passa pela cabeça dessa gente que os animais estão entre nós, não invadem mas dividem espaço, convivendo com as pessoas. Não direcionam o pensamento na vertente que mostra que o brasileiro não mata e nem maltrata esses bichos.
Não é raro, há décadas uma jibóia morar na cumeeira da casa ou dormir debaixo da rede. Eu vi. Quem duvida e espanta-se não mora no meio onde árvores mandam e casas e gentes se adaptam à natureza soberba. Onde moro foi Mata Atlântica. Se cair uma semente no chão é árvore ou arbusto formados, em cinco anos. Plantei muda pequena de ipê amarelo e já dá sombra, melhor que o melhor ar refrigerado. Toda residência tem um animal silvestre alojado em algum lugar e muitos colocam comida para eles.
Os saguis, moradores da vizinhança, resolveram fazer-me uma visita, noite dessas, e comeram o mamão que estava sobre a mesa. Restou-me colocar o outro pedaço no muro do lote da frente. Na manhã seguinte só haviam pedaços de casca. Para mim, mais um trabalho; guardar as frutas no armário antes de dormir.
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