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domingo, 18 de novembro de 2018

Pequenos macacos brasileiros


- Artista, fazendo pose
                                 

O bando de saguis que transita pelas minhas redondezas, cujo chefe já atende pelo nome de Boran, na maior fofura, reproduz duas vezes por ano; em fevereiro e setembro.
Cada dupla é diferente da outra. Vou nomeando cada uma de acordo com as características. Os primeiros não estão mais no grupo. Não sei se houve algum controle da Secretaria do Meio Ambiente ou se Chefe Boran colocou pra correr.
Dos maiores, sobrou o Solitário, já adulto. Dei esse nome porque seu parceiro     ( a ) morreu. Está muito parecido com Chefe que  eu  distingo pela cara autoritária me encarando como se desse ordens.

Nasceram mais dois em setembro. Os de fevereiro eu coloquei o nome de Feinhos. Nasceram pequenos demais, custaram a desmamar e aprender a andar nos galhos. Até hoje tem essas características. Parece que Chefe Boran percebe e os trata com mais paciência, sem dar empurrões quando comem antes dele. Nos ensinamentos para essa dupla, ele repetia e, até hoje, fica de longe observando quando eles ficam para trás.

Se nasceram os Fortinhos, grandes, espertos e independentes desde quinze dias e já foram embora, agora nasceram os Artistas.
A dupla adora posar para fotografias. Era difícil tirar fotos dos  outros mas essa dupla é confiante, entra dentro de casa e já tem inúmeras fotos de poses diferentes. Incrível mas  eles já disputam com os irmãos quando vão comer a banana e Chefe tem que intervir na briga que eles arrumam. Desmamaram com um mês.

Já estou me despedindo dos Espertinhos, que serão os próximos a debandar na ponta da fila. Coloquei esse nome porque pulam no meu ombro para furar a fila ao  comer e sabem onde guardo as bananas. Ficam na frente do armário me chamando, às vezes aos gritos. Uma piada.
O pessoal da secretaria disse que eu não posso dar comida e, na boca nem pensar. Mas não tenho saída. Eles nasceram aqui e se eu não der vão comer do lixo. Embora a vizinhança também dê. Eu sei porque os sem vergonha não passam aqui em casa quando tem turistas nos feriados.

Caramba! Esse é o Feinho
                                 

                                     

segunda-feira, 12 de março de 2018

Os diferentes

                                    
Para quem acompanha a saga do grupo de saguis de Chefe Boran, provavelmente lembra-se  do filhote que nasceu diferente. Até hoje ele é chorão. Nasceu em setembro e já tem a nova safra de fevereiro.
Parece que o IBAMA, que certamente deixou Chefe Boran e La Fúria por aqui, pega todo início de ano, a dupla mais velha. Porque os Fortinhos sumiram.

Os que nasceram em setembro de 2017, eram estranhos, custaram a desmamar, menores do que os anteriores. Foi difícil para Chefe Boran ensiná-los a  caminhar nos galhos e pular de um para outro.

Um deles apareceu com machucado na cabeça e eu borrifei mertiolate . Agora apareceu o Chorão com um ferimento feio na cara. Chegou a tirar o pelo. Depois de quatro dias, consegui passar o dedo, no lugar, cheio do mertiolate. Mas ele  ainda não voltou para eu ver se fez algum efeito. Não consegui passar antes porque estava muito assustado.

Ao procurar onde são feridos, cheguei a conclusão que é no arame farpado do vizinho. Aquele colocado em cima do muro semelhante ao  que vemos nos muros de prisões. Eu vi o bando por ali e esses pequeninos não são como os outros. Talvez nem sobrevivam  muito tempo. Pelo menos, não ficou cego.