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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Farinha do mesmo saco

- Serraria  que  construiu vários edifícios públicos na construção de Belo Horizonte. Início do Século XX
              

A enxurrada de nomes jogados na lama em lista publicada para a Lava Jato é muito grande. Um vendaval na política.
Eu não vou jogar pedra em nenhum deles e nem tecer loas a agente público ávido de receber salamaleques. Por dever de ofício, o mínimo que eu me permito é esperar os resultados das apurações contidas nas acusações. Não sei se existem provas e quais são elas. Sem conhecer o processo, as provas não há como jogar pedras e acusar; não faço.

Sobre o Caixa dois da política, não sei se esse vendaval tem cabimento.Tenho minhas dúvidas. É que, se uma pessoa candidatou-se a algum cargo, não acredito que não recebeu uma grana para ajudar na campanha. Todos sabem que existem as verbas oficiais ou as doações feitas aos partidos e estes distribuem entre os candidatos ou mandam confeccionar o material de campanha. Em tese, o material sai da gráfica escolhida pelo partido. O material tem aparência e cores direcionadas como identificação da campanha.
Mas, vamos ser práticos: Não existe nenhum candidato que não tenha recebido alguma coisa fora da verba partidária. Então,o dinheiro de algum familiar,de algum amigo,de um empresário, doado fora da verba partidária é Caixa Dois. Se alguém quer que seu nome apareça junto com outro, fazendo dobradinha e manda fazer material para propaganda conjunta, é Caixa Dois. E, vale cem reais, duzentos e cinquenta mil ou quarenta milhões. Não há diferença.
Tem razão aqueles que dizem ser assim o costume arraigado e aceito. A lei era omissa e não havia contra ponto. Só estourou porque virou balcão de negócios e o preço passou a ser o dinheiro pago com os impostos do brasileiro. Deixou de ser uma contribuição porque havia apoio político e passou a ser compra de um candidato com compromisso de retorno e enriquecimento ilícito.Ou interesses inconfessáveis no jogo do poder puro e algo a mais. Essa é a realidade e a cara desonrada, beirando a psicopatia dos Odebretcht.
E, sabemos que não compraram e corromperam apenas no Brasil mas pessoas em vários países.Uma vergonha para o brasileiro, produzir bandido dessa envergadura.

Não há justificativa mas necessidade de avançar e deixar tudo claro na lei em uma reforma política difícil e complicada.

Sabe o que me lembra pai e filho Odebretcht, prestando depoimento? O Chico Picadinho e tantos criminosos em série, impassíveis ao relatarem seus crimes. Lembra o goleiro Bruno Fernandes, dizendo que não adianta chorar porque a Elisa Samudio não voltaria mais. São todos farinha do mesmo saco e assim devem ser tratados.