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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Tempo certo

                               

Nunca vi uma campanha, no Brasil, para combater a maternidade infantil ou na adolescência, a gravidez precoce.
O que existe, de forma indireta e há décadas é a sexualização da criança, através de programas na televisão, músicas e festas na periferia., omissão nas escolas.  O medo de ser taxado de retrógrado e puritano.


Agora a ministra dos Direitos da mulher, da família e dos direitos humanos,  lança uma campanha para tentar diminuir a gravidez na infância e adolescência. Os índices no Brasil são altos. A campanha não descarta nenhuma forma de prevenção à gravidez e exorta os jovens a aguardarem mais tempo para a inicialização sexual. A prevenção ao sexo precoce.

A oposição distorce o discurso, a proposta, em deboche de todos os níveis e em notícias que não informam a população. Dizem que a campanha é proposta de abstinência sexual.  Os especialistas de Freud que confundem libido com sexo, direcionamento da libido com sexo desenfreado, estão dando pareceres contrários na televisão, nas redes sociais, ridicularizando sem sequer, percebe-se, saber do que se trata. Nenhum tem coragem de dizer que está errado tratar uma menina de nove, onze anos como mulher. Nem um menino de doze como um homem sem freios.

Eu não aceito o tratamento do adolescente como se mulher ou homem feitos fossem. Uma cultura equivocada em confronto ao que se quer da mulher em contraponto com o homem. Não vou levantar uma questão que é motivo de livros, palestras e que pode ser resumido em educação diferente e equivocada. Uma das facetas mais claras é quando em um programa infantil o apresentador pergunta se a criança de cinco anos tem namorado. O bom é que a maioria absoluta nem entende a pergunta, mesmo com a insistência do bestunto.

A campanha começou  com proposta clara, divulgação boicotada pela imprensa e articulista mal informado. Mas sou francamente a favor. Mesmo porque fazer essa criançada perder-se em sua sexualidade só camufla interesses escondidos e, muitas vezes, sórdidos.

O lema da campanha é #tudotemseutempo.

Desejo que dê certo. Sou absolutamente contra esse tipo de tratamento  dado às mulheres onde o feminino é confundido com o ser servil, pregado pelas religiões que dominam o mundo. E a maternidade a prova  de mais valia.Onde uma mulher independente, focada na vida prática e construtiva é chamada de sapatão, masculinizada. Como se somente o homem tivesse o direito no focar na vida e na sua liberdade, na construção da sua independência.
O futuro dirá se deu certo.

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