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terça-feira, 21 de abril de 2020

O espalhafato

                                     

Semana passada fui ao supermercado  na quarta-feira, à tardinha. Achei que estaria mais vazio. Mas qual não foi a minha surpresa em encontrá-lo  fervilhando de gente. Mas era muita gente, gastando dinheiro em bebida aos montes, falando pelos cotovelos e rindo às escâncaras. Será que, confinadas, acharam um jeito de sair de casa, visto que só pode sair para comprar comida?
Talvez tenha sido porque  o supermercado tem preço de atacado quando comprado em maior volume? Então, junta-se todos da família ou a vizinhança e vão fazer compras juntos ? E as bebidas, se o bares estão fechados? Predominava entre tanta gente, os de baixa renda, presumivelmente jogados à própria sorte. Cheguei a pensar que, com a rescisão trabalhista, foram gastar o dinheiro em comidas e bebidas. A euforia  deve ter uma explicação.

A coisa estava tão parecida com uma festa, gente conversando em cima dos legumes e verduras, que eu perguntei a um grupo de funcionários, aglomerados conversando e rindo, se não tiveram recomendação da casa de, pelo menos, ficarem em silêncio, já que estavam sem máscaras. A reação deles foi imediata. Em conjunto com alguns consumidores, começaram a dar gargalhadas, em fingimento espirravam e tossiam, com aumento de euforia e barulho. Realmente, com espalhafato.
Eu saí, rapidamente.
Ouvi atrás de mim, acompanhado de muita risada alta:
 - Atchim!
-  Kof-kof.
- Atchim!
-  Atchim !
-  Kof-kof.


Então, esta semana, resolvi ir na abertura das 7 horas e com máscara. Levei meu álcool gel, passei no corrimão do  carrinho, passei álcool do supermercado nas mãos e coloquei a máscara. A máscara é o objetivo do meu texto. Eu mesma fiz de acordo com um filminho de um senhor da Itália, que eu recebi no zap. Mas não o encontrei para mostrar para vocês. Então, publiquei acima outro semelhante.
Eu fiz a máscara com papel toalha e gominha, isto é, borrachinha de escritório que eu já havia comprado, tão logo começou a pandemia na Europa e  no caso de precisar por aqui. As lojas ainda estavam abertas. E grampeador pois é o que mais tenho no meu escritório.
Entrei no supermercado, fiz minha compras, estava com pouca gente e, ao sair, tirei a máscara, arranquei a  gominha e joguei o papel no lixo. Mas reparei que alguns usavam máscaras de pano e...imundas.

Essa vida é uma piada !

                                

Se der para você e já agradeço:

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