Mostrando postagens com marcador Controle da Amazônia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Controle da Amazônia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Somos vira-latas

                                           


 

Enquanto discute-se o dinheiro público  para os abandonados pela sorte, à mercê do jogo político dos poderosos na peste chinesa, o  mundo continua a girar.

Então, o pobre sai de casa, aglomerado em condução  e dirige-se para a Caixa Econômica Federal. Não entra porque tem um guardinha a impedir sua  entrada. Vai ficar na fila, na calçada, no passeio. Sob o Sol escaldante, de oito às 13 horas. Inventaram o horário. Quem? Só o demônio sabe. 

 A ordem é não aglomerar dentro do banco, no ar condicionado e sentado na cadeira manchada por nódoas inconfessáveis. 

Precisei ir e fui. Ao guardinha, perguntado se a lei que criou o atendimento preferencial foi revogada, ele apenas apontou: - Fila única.

Mas uma senhora, vetusta, pobrinha, cabelos brancos ressecados, sentada contorcida no degrau da escada, bem perto da entrada, respondeu: - Nem o presidente manda em nada ...

Percorri a fila única. Ela começava na porta da Caixa Econômica Federal, passava por um corredor, colado ao prédio, ía dar na rua de trás, dobrava e prolongava  lá na frente. O povinho, humilíssimo, sem reclamar, tangidos pela baixa auto estima, aceitando o fracasso de seus direitos e o lugar que o sistema os colocou, fazia a fila colados uns nos outros. Uns com máscara encardida, outros baixadas no pescoço. Outros, ainda, passando álcool gel em frenesi. Encolhidos, acovardados. Talvez na tentativa, inconsciente, de encurtar o sofrimento da espera. Perguntei a uma senhora, escorada na parede, se ela achava que ia ser atendida ainda hoje. Um senhor, no lugar atrás dela, disse que era preciso madrugar na fila. A outra respondeu que o tempo não contava para lavar a loucura. Quando um senhorzinho  perguntou, interessado em saber o quê eu faria, com voz sarcástica, o  guardinha gritou alto e em bom som: - Procure a polícia, meu nome é Elias.

Jurei a mim mesma nunca mais me meter em nada que  não é da minha conta mas não resisto. Conclusão: A fila preferencial está formada. E o guardinha é outro.

A outra fila? Que seja pago o preço da inércia.

                                         ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨     

Interessante e sem ser noticiado no Brasil : KLIKA          

                                                                     Mais sobre o assunto                              #compartilhe