Eldes e Olavinho. Tudo acaba, de repente. |
Esse ano a morte passou pente fino, sem dó e nem piedade. E não foi só em pessoas mas em animais de todos os tipos. Agora mesmo vi um filmezinho onde mostra as consequências de uma tromba d'água em cidade do interior de Minas Gerais em um rio, levando muitas cabeças de gado. Para não lembrar das pessoas, jovens e saudáveis levados água abaixo.
Nessa época do ano tromba d'água é comum por lá assim como chuva de granizo. Pode parecer ruindade mas até tenho saudades dos tempos de criança quando olhávamos as pedras caírem e depois irmos pegar, espantados.
Mas uma coisa impressionante é como a vida é fugaz. Estamos vivos às nove horas do dia e enterrados menos de vinte e quatro horas depois. Alguns morrem no começo da madrugada e já são pó no fim do dia.
Não sei como é em outros lugares do planeta. Notícias dão conta de cadaver insepulto por dias e até semanas antes de serem enterrados. Será que são tratados no formol ou seria o clima frio que parece geladeira? Também, não quero saber.
Da morte não se espera nada a não ser que se preocupe o menos possível em vir nos pegar. Mas o que mais me abala é ver uma pessoa viva, andando e sem saber que está caminhando para a morte em seus últimos momentos de vida.
Um desastre de carro, por exemplo, uma família percorre os metros a caminho da morte! Caramba, é de arrepiar.
Um exemplo que me choca muito: Minha irmã passou o Dia das mães de forma festiva em seu sítio no domingo em cidade vizinha a Belo Horizonte / MG. Na segunda-feira cedo, despacha o marido para ir viajar até Uberaba onde ele dá aulas na faculdade de medicina, veste-se para ir à academia, desce para o estacionamento e encontra uma vizinha com quem vai conversando.
Chega no estacionamento, coloca a mão no peito, diz que está sentindo-se mal e cai morta. Caramba ! Nunca ficou doente !! A morte a esperava na garagem e sem ela saber ... Isso foi às sete horas. Às sete da noite já tinha ido para o forno para ser cremada. Em Belo Horizonte é impressionante a pressa para enterrar. Velório à noite, só se morrer à tarde.
O que eu quero dizer, que é importante levarmos uma vida enxuta, sem grandes arroubos, ferindo a tudo e a todos, fazendo inimizades, brigando por dinheiro. Alguns já tem tanto mas preferem fazer cabo de guerra e selecionar quem pode o ser e o não ser sobre seu julgamento seletivo, entre sentimentos, coisas e dinheiro que não fazem diferença.
Que o próximo ano traga a meditação para o encontro consigo mesmo e o culto à liberdade, baseado nas coisas simples da vida.
Do mundo nada se leva, a gente morre e fica tudo aqui.