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segunda-feira, 9 de outubro de 2017
A Farra dos Guardanapos
- É só bebida alcóolica?
Todos estamos com dificuldade para enfrentar o nível de absurdos que pipocam todos os dias em nome da corrupção e do apoderar-se do dinheiro público.
O bom é ser jovem porque não entende a metade do que acontece. A preocupação em encontrar uma forma de viver e aproveitar a vida, a energia que sobra, ocupa o tempo que não tem para prestar atenção nesse malta que tomou de assalto o país.
Uma dos maiores absurdos foi o jantar em Paris em comemoração da indicação do Rio de Janeiro para as Olimpíadas, a chamada Farra dos Guardanapos.
Como pode um grupo de homens públicos, representando um país sul americano, já tão achincalhado por exótico, comportar-se como moleques em boteco sujo? Se eu fosse jornalista procuraria os donos ou os trabalhadores do restaurante para verificar como interpretaram aquela mesa cheia de bêbados latinos, colocando os guardanapos de linho na cabeça. Em um lugar onde falar alto, colocar os cotovelos na mesa, dar risadas já é um absurdo...
No anos cinquenta, sessenta só ia a Europa quem fosse rico. Eu dava aulas em um colégio de gente rica, grandes industriais, banqueiros, profissionais liberais renomados, jornalista de ponta. senadores, deputados. Por exemplo, fui professora dos netos de Magalhães Pinto e cuja família era dona do Banco Nacional. No dia das professoras eu ganhava sapatos De la Crocce, Caixas de biscoitos Aymoré, o primeiro perfume francês que eu usei foi ganho de uma aluna cuja mãe tinha ido a França. Se me convidavam para ir a festa de aniversário de meus alunos eu ia de ônibus ou papai me levava e os pais mandavam os motoristas me levarem para casa. As casas magníficas que nunca mais pude entrar em alguma.
Pois bem, o que se falava a boca pequena era que os brasileiros que viajavam para a Europa ficavam bêbados nas ruas, davam vexame nos hotéis e roubavam talheres nos restaurantes. Assim , quando eu vi essa foto e as notícias da Farra dos Guardanapos percebi que nada mudou de lá pra cá. O rico continua dando vexame hoje como dava no século passado.
E essa mesma gente tem certeza que somos subdesenvolvidos e de terceiro mundo apenas pela miséria do brasileiro.
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