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sábado, 12 de janeiro de 2019

De monarca

                                   
  
Não me canso de admirar quanto as diferenças  entre as classes sociais. No Brasil tem convivência  entre umas e outras se há os mesmos interesses  e, até mesmo, coincidência intelectual.
Mas a classe social do topo da sociedade não se mistura, assim como a da base da pirâmide.

A diferença é percebida nas festas de família. Mesmo que em todas tenham o brigadeiro  Mas é nele mesmo que a diferença se mostra bem clara ou que representa a diferença.

Na classe da elite, onde o dinheiro corre solto o brigadeiro é pequeno, delicado, com as continhas de chocolate delicadas , pequeninas. Não sei onde as bolinhas  são compradas mas é coisa delicadíssima.
Nas festas comuns o brigadeiro é grande, salpicado de bolinhas parrudas do tamanho dos olhos arregalados das crianças.

Uma rica  família, com casa de praia a um quarteirão da minha casa, em Guarapari/ES possui fazendas  de café no município de Itapemirim/ES , donos de uma universidade em Vitória, carões importados pois carro nacional não está na sua reta, sempre dão festas no verão, quando alguns deles fazem aniversário.
Eu já fui convidada para uma  e, este ano, meu filho esteve em uma delas.
Eu já fui em festa de rico, banqueiros, grandes empresários , políticos no auge mas nunca  em uma festa como tem na casa desse pessoal.

Basta dizer que o fundo musical é um grupo que toca  na surdina, com violões, violas e que tais acompanham , cuja música é bossa nova e afins, daquele tempo e considerada sofisticada, preferida da elite da zoropa. Eu não suporto esse tipo de música. E,  não fiquei muito tempo pois para mim é insuportável mesmo mas  fiquei o bastante para observar o requinte das toalhas, dos pratos e talheres e dos sofisticadíssimos docinhos e salgadinhos. Bebida tinha de tudo, com garcon para fazer ou servir.  Sorvete  e picolé era servido de um carrinho da fábrica, abarrotado até ma boca.
Tudo fino, caprichado, bem feito, sofisticado. Nunca vi.
Meu filho , como bom agente do populacho , trouxe-me, dessa vez,  alguns brigadeiros  e eu mostro para vocês, um deles, na foto acima.

Eu queria ser gente fina assim. Verdade. Mas Deus me fez diferente.
Na próxima encarnação  quero ter muito dinheiro para pagar  serviçais à minha volta. Mas só gente  com verve delicada. Nada de grosseira. Todos bem mandados e subservientes ao meu dinheiro. Comandados só no olhar .  Mesmo que tenham o preço de ouro em pó. Nada de gente grosseira, bizarra, suja de alma e de espírito. Quero  fidelidade canina.

 Que comprem brigadeiro na padaria. daqueles bem grandes e do tamanho da falta de finura. Que coloquem  tudo na boca de uma só vez mas que eu sequer saiba que existam.

Só não gosta de coisa fina quem não conhece.