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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O privilégio da grosseria

                          

Democracia é estilo de vida da população. Que estende-se por ela e segue pelo sistema político. Não há democracia em uma nação onde não prevalecem pessoas democráticas. Vale dizer, gente que não aceita o contencioso, o contraditório, o diálogo e a prevalência da maioria. Não tem cabimento a minoria dominar a maioria. Quem não concorda com a maioria precisa adaptar-se mas continuar a lutar para que seja integrado, pelo menos os seus direitos, no respeito do todo. Inclusive, a democracia pressupõe diversidade respeitada pelo todo. Sem privilégios por ser em menor número mas com o direito de seguir sem ser abocanhada pelo todo. Se todos pensassem igual e fossem como linha linear não seria democracia. Por isso o Congresso Nacional tem representante de todo tipo de pensamento e ideal, assim como profissão e comportamento. Só gente autoritária não aceita o diferenciado e a representatividade do semi analfabeto atuando junto a doutor honoris causa. Ainda mais que, no Brasil, o analfabeto tem direito de voto. Pois este não tem direito de ser representado?
Já vi pessoas exigindo concurso para ser deputado ou senador como só os letrados fossem capazes de ver o mundo no prisma certo. A Lava Jato mostra o contrário. Mostra como é perigoso juntar doutores e sabidos para pilhar uma nação já combalida. E, como outros  tantos sabidos tem dificuldade de entender a corrupção e as condenações de ladrões da pátria, colocados na cadeia. Verdade que essa gente juntou-se para ficar rico com o desvio de função do dinheiro público como, por ex, os artistas privilegiados pelas verbas, pagando mediocridade.

Então, a democracia cria e alimenta certo tipo de gente que não são ou não foram afeitas às regras mais finas das etiquetas sociais.
Ser grosseiro não é privilégio do Bolsonaro. Sempre foi desaforado e seus aficionados o querem assim. Mas não é privilégio dele. O Velhaco mais velhaco da história da humanidade também era muito grosseiro, com gestos e palavras. Para não dizer com as bebedeiras que o fizeram urinar nas calças, até em Davos. Mas, como comprou lideranças com dinheiro público, seduziu estrangeiros com seu jeito de sindicalista eixperto, estes caíram e, alguns, tem uma dificuldade enorme de perceber o real. Não precisam envergonhar-se pois cair no golpe do estelionatário somente traz vergonha se for proposta de crime, como fizeram alguns já conhecidos dirigentes pelo mundo.

Pior é, gente com hábitos finos, conhecedor dos talheres e das roupas, das mesuras à monarquia, do falar pausado em tom acertado, do possuidor do chip da moderação, do paladar apurado e dos dentes perfeitos até os noventa anos declarar guerras pelo   mundo por desavenças  ou porque estão de olho na butique dela.

Esse? É assim e toda hora, quer ser governador, quiçá presidente!: KLIKA

                              
Nota: Se quiser compartilhar algum texto desse blogue, tem a barrinha com as possibilidades. Inclusive no M pode ser mandado por e-mail . Obrigada pela deferência... Podem copiar a vontade. Não faço questão de mencionar autoria.