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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Nas brumas do tempo


                                       
Minha prima Daniela viu esse vídeo e publicou no seu Facebook, marcando minha página. Lembrou -se de mim. Obrigada ! 

Outro dia, vi um caderno no supermercado com a estampa de Justin Bieber. Peguei, pensando que as adolescentes de hoje não tiveram a sorte que as do meu tempo. Lembrava que havia colocado uma foto de Elvis no meu colecionador, quando eu tinha onze anos e fui parar na diretoria. Foi quando uma mulher chegou perto e disse: - Como Elvis, nenhum !
Chorei, por minha adolescência que se foi, pelo tempo que leva tudo, pela morte inexorável. Por meu tempo, perdendo-se nas brumas da minha alma, levou os homens que eu amei e me mata de saudades. 
As mulheres tem mais sorte do que os homens porque a figura que povoa a mente das meninas é mais bonita, mais doce, mais etérea.

O disco dessa música eu comprei, escondida de papai e o guardei no fundo da minha gaveta. Eu o tenho até hoje em 78 rotações. Minha irmã Consuelo, que era psicóloga e casada com um psiquiatra me disse, certa vez, que eu era o único amor platônico autêntico que ela vira. Meu marido,  sabia ser amado junto com Elvis. Disse-me, quando me viu frente à televisão, por ocasião de sua morte, vendo um filmete dele, que eu era viúva de Elvis. Sabia que, para me agradar, era comprar seus discos. Meus dois amores !
Quando Elvis morreu, recebi telefonema de gente que eu não via há anos e nunca mais os vi.
Como as fãs dizem no Facebook: - Não tente entender as fãs de Elvis pois nem elas se entendem.