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terça-feira, 31 de março de 2020

A estratégia do garrote vil


                            
Não verei o país como uma grande nação. Não vai dar tempo. Envelheço,  presenciando os mesmos interesses inconfessáveis, saindo do mesmo lugar, arrastando o Brasil para a fossa comum dos países medíocres.
Talvez seja este o destino do Brasil. Um futuro feito de mesquinharia e licenciosidade, com um povo amontoado, que nasceu para ser mandado e obedecer os mais espertos. E pagar com o seu trabalho a vida boa de uma casta pior do que na Índia onde cada um nasce sabendo o seu lugar. Enquanto no Brasil, as pessoas tem a esperança de construir um dia pós o outro.

A história do Brasil mostra uma trilha suja, arrastando o povo para os interesses do estado de São Paulo. Obviamente de suas lideranças donas do dinheiro da riqueza da ocasião. Do café ou da industrialização. Das Bolsas de Valores ou das comodities. Chego a tremer de raiva pelo que este estado já fez ao brasileiro. Só quem teve sua vida acadêmica em um estado grande como Minas Gerais e mudou-se para um estado pequeno como o Espírito Santo, vivendo décadas em um e outro, em observação constante nas mudanças e caminhos de uns e outros, pode ter uma visão desse tipo. Não acredito que somente com estudos acadêmicos e observação empírica se possa ter visão real do que é ser explorado e mantido no seu lugar, geográfica e politicamente. Nem assim a interpretação é completa mas uma ponta do iceberg.

Desde o  descobrimento e formação do estado brasileiro, foi em São Paulo que formou-se uma casta que se mete em tudo, puxa para si todos os interesses em  comando espúrio, imundo de uma colonização exploradora, de uma república com liderança imposta a ferro e fogo. Se preciso, comandam o bater panelas, fazem revolução, sustentam ditadores, criam abatedouros de honras e vidas, fazem nascer lideranças velhacas, corruptas, oportunistas, derrubam presidentes a seu bel interesse, varrem o país de ódio, discriminação, sectarismo, vergonha. Tem a desfaçatez de interpretar a história do Brasil, seus personagens como lhes apraz, inseridos em livros distribuídos e obrigados a estudar a todo estudante brasileiro. Tudo para atender os seus interesses. Todas as vezes que o Brasil teve um salto de qualidade foi através de lideranças de fora desse estado sanguessuga da alma brasileira. E, se os contrariam, derrubam. Presidentes mineiros ou ditadores do sul. Nordestinos de coragem. Até na Justiça, onde impõem suas fontes, se não fosse o sul do país a Caverna de Ali Babá não teria sido implodida. Bem que SP esperneia, mutila, derruba propostas, impede o avanço mas não perdem a teta. Hordas de lideranças espúrias, pornográficas, beócias, espertas à medula,  cuspindo em nossas caras todos os dias. E que surgem e somem, entremeadas e usadas como sói em uma democracia. Carreadas aos medíocres que lhe dependem de uma forma ou de outra.

Se comparado com os EUA, percebe-se que lá existem mais de um estado produtivo e com distribuição de renda. É sabido que a Califórnia possui riqueza e produção maiores que muitos países do mundo. Mas  não impede o crescimento de  outros estados. Os presidentes da república aparecem oriundos de vários estados. Nem sei se tem algum da Califórnia. E, não consta que protejam seus estados de origem por política. 

São Paulo criou fórmula jurídica, com a força do seu convencimento e poder político e econômico, na trilha do  beneplácito de deputados interesseiros, ignorantes do conteúdo, das consequências, com dificuldade de interpretação de texto, estúpidos e compráveis, que lhe dá mais de setenta deputados federais enquanto a maioria não lhe faz frente e outros têm  menos de dez. Baseado em número de eleitores. Pois que  atrai migrantes do Brasil todo, infla sua população e eleitores. Cria política federal perversa, comandada por paulistas, aboletados em seus cargos de governo estadual e federal. Para fazer mão de obra barata, denegrir regionais, menosprezar brasilidades de fora de SP. Essa gente vem  de estados onde, curiosamente, o número de deputados federais é ínfimo, comprados por cargos de décimo escalão ou pagos a preço de corrupção sem limites. Tudo como política de estado e alimentação dos pequenos estados, mantidos em seus lugares com migalhas políticas, de honra, de  progresso. Para isso mantidos no atraso e no coronelismo.

Para não falar na imprensa hegemônica, comandando as notícias, direcionando os comportamentos e criando mentiras ou interpretações como se o Brasil fosse um só e não os vários brasis. Respeito é zero. Desprezo é grande. Cala a boca é cheio de arrogância e virulência. Ai de quem se atreve.

Enquanto o Brasil não tiver distribuição de renda, saber e poder a nível nacional ao regional, desconstruindo este regional garrote vil no pescoço da nação, não sairemos de onde sempre estivemos;  o subdesenvolvimento, a miséria dosada milimetricamente a favor da hegemonia que já dura quinhentos anos.

 
                               

Sem medo de pensar e dizer. O pensamento é livre e a liberdade de pensamento ainda é a nossa maior riqueza.

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