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quarta-feira, 7 de março de 2018

Maternidade torta

- A luta pelo poder começa cedo.
                               

A maternidade, nos dias de hoje, Século XXI, não tem nada a ver com a maternidade tradicional,  cantada em prosa e versos.
Até meados do Século XX a mulher paria, rezavam em conjunto para Maria do Bom Parto mas  morriam muito. Depois, entregavam seus filhos para uma ama amamentar ou para os escravos. A sinhazinha precisava estar impecável na moda que enfeitava, para obedecer . A criançada tomava conta do rebento porque havia uma fieira ano a ano, quando não inserido na estatística da alta mortalidade infantil.

Os pobres da Europa, até Napoleão Bonaparte, sustentavam-se criando filhos alheios. Então foi criado o Mito do Amor Materno que deixou de lado o amor paterno, à margem de uma civilização onde meia dúzia de alfabetizados e donos do saber ditavam as regras. Precisavam de soldados para sustentar a eterna busca de dominação através de guerras como só o europeu soube fazer.

Hoje, com a mulher inserida no mercado de trabalho e almejando o poder como nunca, a maternidade é uma faca de dois gumes para quem pretende emparelhar com os homens na tomada das rédeas, próprias ou da civilização. O poder fica nas linhas inferiores porque na ponta da pirâmide a briga é para cachorro doido e a mulher não tem espaço na cabeça para enfrentar. Nem retaguarda.

Como primeira consequência, a mulher não quer ter mais filhos. Em alguns países onde não há analfabetos e nem família para segurar as pontas, o estado oferece remuneração para as mulheres terem filhos. E, nem assim aparece quem habilite-se. A maternidade não é mais indicação de caráter e nem de árvore que dá ou não frutos. Mesmo porque, árvores são replantadas em  áreas devastadas, significando apenas cuidado com a atmosfera e sobrevivência. Tem gente que nunca viu uma árvore até a fase adulta. E a Bíblia não é tão valorizada nesses lugares, visto que essa pregação machista e excludente está em suas páginas, acorrentando gerações e cuspindo em honras e felicidades por pregadores misóginos.

No Brasil, descobriram que as mulheres não querem ter mais filhos. E não é somente as alfabetizadas mas de forma genérica. A não ser as eternas abandonadas da sorte dos sertões e grotões perdidos nesse continente.
O estado brasileiro não pode fazer o controle oficial da natalidade porque tem muito macho metido a amiguinho de Deus, opondo-se de forma virulenta. Afinal a miséria faz parte da exploração de alguns pretensiosos a santificação.
Sem contar as noveleiras, onde filhos aparecem, sempre, como consequência de algum romance. Coisa mais ultrapassada!

Ter filhos, sem ter dinheiro para pagar serviçais ou família para dar retaguarda é castrar aspirações e interromper trajetórias de mulheres muito mais brilhantes do que a maioria de homens. Estes trafegam, livres e soltos , preferindo alguns ficar presos por omissão ou fazer parte da estatística da paternidade desconhecida. Estes continuam no século passado, num país sem livros e bons professores.

Uma das parcelas para o fim da miséria e rumo ao desenvolvimento é o controle da natalidade. É o fim do foco dado na maternidade e excludente da paternidade. Sem esse item o estado não pode planejar nada e nem responsabilizar-se pelo alto índice de criminalidade. Mas esse é outro assunto.