Mostrando postagens com marcador Produção dos juízes brasileiros. Digital Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Produção dos juízes brasileiros. Digital Brasil. Mostrar todas as postagens

sábado, 26 de outubro de 2019

A digital do Brasil

                                

Com raras exceções, o juiz não é mais inteligente do que nenhum outro trabalhador do direito. Ele faz concursos públicos, aparentemente difíceis. Mas o que tem de característica que o leva a ser aprovado é a capacidade de não discutir com o sistema. Focar nas regras, princípios, leis prontas e acabadas. Ponto. É isso.
Com memória direcionada e qualificada na vocação para julgar o próximo sem remorso ou detalhes sociais ou políticos, o cara vai na trilha sem piscar um olho. Pronto, acabou. Isso é no geral porque alguns extrapolam na trajetória da militância e no abuso de poder. Incorporam a realidade de não haver punição para seus atos e sequer opróbio social. Seguem em frente porque não se misturam com o populacho.

O advogado não deve participar de propostas de demolição do Judiciário, ainda mais de tribunais superiores. Sabe como funciona um poder, a liberdade democrática de um pensamento jurídico. Eu tenho restrições ao juiz porque sou advogada. Tenho a convicção inarredável que eles tem parte com o demônio e, alguns,  o são em pessoa. Juízes não gostam de advogados e vice versa.
Se o juiz quer mudar a lei, vai ser  membro dos outros dois poderes. Para o juiz, existe margem para trilhar e fazer da lei e sua aplicação um sentido construtivo na construção da sociedade. Mas não é o comum, exatamente porque a cabeça  tem viseira acadêmica e de raciocínio. Se fosse livre, com raciocínio voltado para o social, o filosófico, tivesse coragem para mudar tudo, sentir a realidade dos fatos e do crime,  não seria juiz. Mesmo com a grana e a segurança institucional. Ou deixaria a bolha para fazer valer a honra e o avanço social.

Portanto, essa campanha para impinchar ministros, ataques a juízes e causídicos tem praticidade zero. Só serve para escancarar o mundo e a sociedade pronta e acabada, acima da plebe como nata no leite,  na sua chaga imutável que nem a ditadura militar conseguiu extirpar. Se depender dessa gente, de toga vetusta, escondendo o mal cheiro do cadáver insepulto, o Brasil não muda uma vírgula nem caminha um centímetro.

Que eu queime minha língua e veja mudar o imutável. Alguns conseguem ver além da cortina que os isola do mundo. Bandido nas ruas não faz diferença para quem vive à margem da história e fica imortal porque tem seu nome nos foruns que ajudou a construir a preço de faraó.

Origem do texto? KLIKA


#compartilhe