Comunidade científica fala para a sua comunidade. Conselho de Medicina não é tribunal de exceção nem mordaça em pessoas comuns. Obediência irrestrita dos envolvidos é lá com eles. Se uma pessoa com cérebro fora da caixa escolheu ser cerceado e dizer, afinal e ao final, que recebeu ordens, que explique para si mesmo.
Está voltando à moda os pseudos oráculos da humanidade dizerem o quê se pode falar. Já foi moda, já matou até em fogueiras, em praça pública ou com guerras múltiplas, de imposição.
O camarada ganha uma toga com gola vermelha ou verde e se dá de dedo apontado para todo aquele que atreve-se a não repetir seu discurso. Como se os discursos científicos ou eruditos não fossem desmentidos desde que o mundo é mundo.
Desde quando o corpo e a mente humanos emparelham-se com os preceitos da matemática?
Uma vez uma médica, em um debate na televisão, contradisse um discurso de um participante, dizendo que o saber médico é privilégio dos médicos. A violência do argumento foi tão grande que me nocauteou para sempre.
Tem gente que se acha porta voz da estupidez, todas elas, e que esta não pode ser compartilhada por todos. Bolas, se não está cometendo crime o discurso é livre, as escolhas são livres e seguem seus gurus quem quer. Inclusive para quem não tem guru. Pois que claríssimo já fica, quem nasceu para mandar e quem nasceu para obedecer. Se não houvessem tantos paus mandados a obedecerem seus mestres a rigor, talvez a humanidade não fosse tão punida aos mangotes. Em algumas comunidades, disciplinadas e bem mandadas, exemplos para muita gente, a obediência canina fez estragos de dar medo no capeta.
O estado não pode exigir cumprimento de ordens, disfarçadas em tiranetes de ocasião, para o grosso da população. Há de se dar escolhas, leques de escolhas. O corpo humano não é equação matemática e o saber científico não é pedra de Stonehenge.
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