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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Não é confidencial

                                                       

Publico especialmente pela segunda parte porque a primeira não é da minha conta.
Mesmo eu sendo abelhuda, não me meto em seara alheia, não tenho pena de doentes, aleijados, abandonados ou nóias. Não choro por desastres e tragédias porque Alexandre Magno, César e Napoleão Bonaparte, entre outros tantos  mataram milhões de homens, submeteram ao sofrimento outros tantos e hoje são figuras lendárias cantadas em prosa, versos, estátuas e filmes.

Como militante feminista que fui, atrás do meu caminho porque impedida de viver minha profissão como muitas mulheres, resolvi participar da Queda da Bastilha. Aliás fui impelida para não morrer na vida. Fui chamada de todos os nomes que costumam chamar uma mulher pelos misóginos de plantão. É que nunca fui mulher feia, sapatão ou mal amada. 
Fui atacada na rua por gente que se achava no direito de discordar mas, na verdade, querendo impedir o curso da história. Nunca chegaram perto do meu ego bem resolvido porque está no meu DNA, na minha natureza. Fui criada por um homem de uma família de oito irmãos e mãe chamada de Sargento.
Quando reclamei com papai que no meu trabalho, onde eu era a chefe, estavam me chamando de General ele disse que não entendia porque eu reclamava pois vovó Umbelina era chamada de Sargento e  eu havia sido promovida.

Escrevi um livro, nos anos 80, nada a ver com literatura, sobre o que essa mulher fala em sua exposição e mais ainda pois ela só fala na parte física. Da edição sobraram vinte livros. Uns dez eu doei para bibliotecas públicas e um dos leitores telefonou para me parabenizar. Livro debatido em três escolas de terceiro grau.

Participei da história e tenho orgulho disso porque não fiquei lamentando, colocando defeito nos outros como a maioria faz. 
Fiz a minha parte e se alguém lembra ou sabe, se esqueceram ou não, eu não me importo porque eu sei.