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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Testemunho de quem trabalhou com petista

-KKKK Captaram? Minha irmã psicóloga, Consuelo, dizia que o meu ego é maior do que eu.
                        
Eu fui Chefe do Setor Jurídico de uma autarquia estadual. Foi o melhor lugar onde  trabalhei. Quando cheguei era uma bagunça, processos sem nenhum controle, espalhados pelo chão. Não havia distribuição para advogado ser responsável pelos processos, relatório mensal, fichário, modelos de petições, linha de defesa para nada, Mandados de Segurança sem direção, defesas trabalhistas nada a ver, nenhum recurso, quando autarquia está isenta de custas e taxas forenses; a esbórnia jurídica.
No início, juízes atreveram-se a debochar da entidade, em audiência. Disse para um deles, um boçal de galocha, que não iria fazer representação contra ele porque tinha certeza que, antes de eu sair da autarquia, ele pediria desculpas porque veria as mudanças e com elas viria o respeito que ele faltava naquele momento. Ele deu risadinha mas anos depois lembrou-se e desculpou-se, não com essa palavra mas para bom entendedor meia palavra basta. Mesmo para mim que não sou de meias palavras. Mas reformei suas sentenças, anulei uma delas por três vezes. Me diverti à bessa.

Tudo foi organizado, o Diretor Geral comprou livros, assinou publicações de jurisprudência , arquivos, excelentes máquinas de datilografia, ( como sou péssima datilógrafa )  estagiários com excelente datilografia, funcionários dedicados e começamos a dar surras homéricas no juiz que ( entre outras coisas) anulava multas através de Mandado de Segurança e a recorrer de tudo, especialmente  em matéria trabalhista, até o TST. Consegui fazer jurisprudência importante para podermos recorrer e ir mais longe. Fizemos linha de defesa agressiva. Fiz defesa oral panfletária no Tribunal Regional Trabalhista a ponto de um desembargador ( um cara novo, autoritário e debochado que chegava com prancha de surf debaixo do braço) levantar e dar chute na cadeira, dizendo que ia fazer representação contra mim na OAB. Respondi: - O Sonho acabou excelência, ----- agora tem advogado. Para meu temperamento, foi a glória!

Pois bem, isso tudo é para dizer que fui , por mim mesma, obrigada moralmente a pedir exoneração quando o governador eleito foi  do PT.
Pouco a pouco foram tomando conta, chamaram para si, através da Procuradoria, todas as questões jurídicas, interferindo no nosso trabalho, nos processos, querendo mandar nos pareceres, alguns frontalmente contra a lei, ameaçaram de processo criminal (!!!) se eu não fizesse o que eles queriam.
 Mudaram o Diretor Geral, e comecei a forçar a barra com o novo nomeado e isso não pode porque o Chefe  do Setor Jurídico é cargo de confiança. Eu acho que ele começou a bater de frente, pedindo coisas absurdas, exatamente para eu pedir pra sair. Coisas cabeludas que um dia vou contando pouco a pouco. 
Saí atirando, como se fosse com uma Magnum Desert Eagle. Está lá nos arquivos, porque não sou de deixar nada sem provas, para não me meterem na cadeia por nada. As advogadas, funcionárias de carreira disseram que, eu, para doida só faltava a pena. Eu respondia que se não tem respeito tem medo   ( O príncipe, de Maquiavel). 
O fato é que, escarafuncharam ilegalidades para processarem  o Diretor Geral, o do meu tempo,  mas não acharam nada. Sei disso porque o ex Diretor Geral, um dia, telefonou-me para agradecer por ter saído livre da perseguição petista.( Ele teve um infarte, por isso, aos 39 anos). Eu havia dito a ele que se me seguisse nunca haveriam de achar ilegalidades e, quando ele relutava, se encontrassem, eu queria ser presa e algemada junto com ele.

Está na hora de  prestar meu testemunho, por tudo que eu vi, além de mim: - Que petista é safado, lei não existe, respeito ao trabalhador é zero, espertalhões, autoritários, ignorantes, não dão valor a quem tem honra e leva a sério seu trabalho pago pelo povo. Mas, especialmente eles tem medo da hipótese de  suas ilegalidades serem  mostradas porque sua certeza da impunidade não é absoluta. Agora que a casa caiu, devem estar desesperados.

   
                        

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