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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Em direção à reta final

Marca do sagui no limoeiro. Não é seu retrato? Então...
                                       
De toda forma, hoje é meu niver. Grandes coisas! Fazer aniversário é contagem para mais um quilômetro, em direção ao fim. Se não fosse Maurício, que precisa de mim, podia morrer agora. Se tenho boas lembranças ou más, não sei. Não olho prá trás.

Cheguei aqui como todo mundo, equilibrando na corda bamba. Segurando firme quando alguém empurrou só para ver eu esborrachar lá embaixo. Não caí, porque o que tem que vir virá. Não viemos aqui só para dançar  o rock'n'roll. Quando se tem a consciência que fez o que pode; se não deu, não vou carregar nada nas costas. Nunca deixei passar nada. E, colocado no papel e assinado. Quer descartar? Que o faça...  Ninguém põe comida na minha mesa. E, nos tempos de hoje, a era das denúncias e condenações antecipadas, quem está na chuva é para se molhar. Aos inimigos? Banana... A adrenalina sobe e só não pode me matar, como papai alertava.

Nasci de quase dez meses, em casa, de parto vaginal. A parteira Dona Vera. Na garupa. Papai dizia que foi a única vez que sua moto não pifou na subida da rua. Com Dr. Arnaldo e Frei Zacarias ( Vigário da igreja do bairro ) passando lá em casa, preocupados com mamãe. Sou a segunda de seis. Cinco mulheres e um homem. Embora meu irmão, um piadista de primeira, dissesse que isso era na certidão de nascimento.Um calor dos infernos e mamãe pesada, com dificuldade  para andar. Naquele tempo as mulheres morriam de parto.  Eu não saía e ninguem sabia se passava da hora. E, ainda tem bestunto contra a cesária! Quando nasci, tinha cabelo, sobrancelhas, cílios e unhas crescidos. Não pesavam os nascituros mas não era pequena. Minha avó materna, que é minha madrinha de batismo, dizia que eu era o nenem mais bonito que ela vira. Pudera, com esse histórico, nasci com quase dez meses !

Podia ter sido dona de casa, cuidar dos filhos e com marido barrigudo a dar-me ordens mas optei em abrir caminho na história, no facão, num tempo em que mulher raçuda era sapatão ou mal amada. Dito na cara. E, eu, onça na tocaia sem sequer rosnar. A única pessoa que podia mandar em mim e não o fez está morto. 

Tamo junto! Que venha mais trinta...