sábado, 29 de março de 2014
O caviar em lata de sardinha
Volta e meia leio textos escritos por gente com síndrome de cachorro abanando o rabo. Aquele tipo de gente que come sardinha e arrota caviar. Aquele pessoal que compra carro para exibir status e paga em cinco anos. Na ânsia de passar por quem não é, come pão com salame e fica anêmico, amarelo mas navegando dentro de um carrão e morando em apartamento minúsculo com o preço do metro quadrado nas alturas. Tudo para mostrar o que não é mas dar satisfações a desconhecidos, vizinhos ou colegas de trabalho. Dão festanças com boca livre para exibir o que não são. Reformam seus apartamentos, colocam porcelanato no chão e até nas paredes, pagam tinta no cabelo e unha de gel mas fazem parte da alta porcentagem dos inadimplentes nacionais.
Essa mesma gente quer a Copa para mostrar aos estrangeiros que o brasileiro vive como eles. Alguns sofrem muito pela vergonha que sentem em não ter condições e estilo que eles, supõem, a zoropa dá a todos.
Os alemães, por ex, mandaram construir alojamento afastado de tudo e todos e vão submeter-se deslocar-se, usando barco. Será a desculpa para perder a Copa pois, tão exigentes, não sabem o que os esperam. De longe, atacam costumes nacionais como a generosidade e o ânimo afável.
Falam muito da arrogância estadunidense mas, pelo menos, eles escolheram ficar no coração de São Paulo, fizeram o reconhecimento e adaptaram-se aos locais, achando tudo ótimo. Esnobaram povo reclamão, de país minúsculo, dizendo que estão acostumados a viajar horas para deslocarem-se dentro do seu próprio país. Na Copa de 50, com jogadores amadores,jogando em Belo Horizonte-MG, eliminaram a Inglaterra, povo que gosta de injuriar uns e outros, sempre cheios de dedos.
Quando leio o que essa gente escreve lembro-me do presidente do Sindicato dos Proprietários de Bancas de Jornais e Revistas.Ele me disse, em uma reunião da categoria, que essa gente é a que menos compra revistas. Devem muito. Com bancas em frente a padarias e supermercados , foi ele que me deu a informação; sequer alimentam-se bem. Comem pão com salame no lugar do almoço completo.
Enquanto isso, o carcará canta lá fora. KLIKA e AQUI
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