quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A maternidade como arma

                
Eu nunca entendi muito bem esse tipo de mulher ensandecida para ser mãe. Algumas, sabemos por notícias, submetem-se a horrores para parir um filho. Não admitem adotar uma criança  e criá-la. Justificam com o medo em adotar e ser surpreendidas por problemas lá na frente. Como se nossos filhos não nos dessem problemas.
Não é da minha conta se uma pessoa quer ter filhos ou não. O que quero levar em conta, aqui, é sobre um comentário que eu li no texto sobre a volta do frangueiro Júlio César para o Flamengo e a reação da esposa que ficou em Portugal.
O comentário foi novidade para mim e feito por um homem. Ele diz que algumas mulheres se casam para ter filhos e, portanto, não fazem questão de manter o casamento e a presença paterna. Descartam o pai mas lutam pela pensão porque precisam de dinheiro para criar os filhos e nada mais. O pai é descartável. Lembro-me de uma frase de Freud, dizendo que o pai é uma foto na parede.
No meu tempo de mocinha, as mulheres se casavam para sair de casa e do jugo paterno. Será verdade absoluta?

Eu tive uma cliente, Natália, que não tinha filhos e desconfiava, por A mais B, que era o marido. Então, ela me disse que iria passar uma semana no Rio de Janeiro e ter um  filho de algum cara, pinçado na praia. Lembro-me que ela disse que ia vestir um biquini bem sem vergonha ( ! ) e tinha tudo planejado. Assim fez, assim aconteceu. Por estes dias eu a encontrei na rua e o filho estava com ela. A cara da mãe, casado,  dois filhos, seus netos. O marido morreu de câncer no pulmão sem nunca ter fumado.

Quando vejo mulheres lutando em esportes ( ou assim considerados) com socos, pontapés e sangue escorrendo na cara e homens aplaudindo, penso que o desgringolar rua abaixo é uma escolha de quem quer ser jogado para o mero papel de provedor e, quem sabe reprodutor, para mulheres livres.

O amor materno havido por aqui é uma arma de dominação, usado pelas próprias mulheres. Mas tão velho como a civilização. Não acredita ? Então KLIKA


2 comentários:

Gisley Scott disse...

Menina, eu ainda estou digerindo esse post. Gostei muito da forma direta e objetiva que você pontuou o assunto. Eu nunca tinha parado para pensar a respeito disso, mas é algo socialmente aceito: essa coisa de viver pra filho e marido que entenda. O marido só serve pra trazer o salário e contribuiu com a geração do bebê. Não é espantoso que o marido se sinta usado. Quem não se sentiria?

Parabéns!

www.vivendolaforanoseua.blogspot.com

Telma disse...

Oi Magui, infelizmente, algumas pessoas só querem mesmo o filho e nem pensam muito nas consequências de se pensar assim. Quando comecei a trabalhar, tinha uma colega que namorava com o mesmo moço desde os 14 anos de idade e ela já tinha 24 anos. Ela contava que o sonho dela era engravidar, não importava o esforço que ela teria de fazer para o conseguir. Ela contava que quando estavam no início do namoro, quando ela ainda tinha 14 anos, ficou grávida dele abortou a criança, com medo de ser descoberta pelos pais. Quando ela tinha 17 anos, voltou a engravidar dele e também tirou, porque também tinha medo. Mas na fase em que ela já se encontrava, com emprego e já maior de idade, ainda que não estivessem casados, ela queria porque queria, ter filho. Ela conta que ele não queria pois ainda achava que deviam esperar casar para ter os tais filhos. Mas ela não queria esperar. Então, num certo dia, ela contou-me que o namorado bebeu demais e ela aproveitou esse dia para engravidar do moço, sem que ele soubesse, quando no mês seguinte, a gravidez fosse alcançada, ela já tinha planeado dizer que "aconteceu" e que levaria a gravidez avante. Assim foi, ela ficou mesmo grávida, deve a menina, a cara da mãe e eles foram viver juntos. Dois anos depois ela ficou grávida novamente, mas antes mesmo da segunda menina nascer, ele disse que já não queria mas continuar com ela e deixou-a e se casou com outra mulher e formou família. Ela está solteira até hoje, tem as duas meninas e Segundo ela, não precisa do pai das crianças para nada, apenas naquilo que é seu dever como pai.