quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Verão nos trópicos

Cachorro de rua, aproveitando a sombra fresca 
                              

O calor é o de menos. O pior é a umidade terrível. Quando tem uma temporada de chuva de verão como foi esse ano, parece que estamos em uma sauna.
A natureza por aqui é grandiosa e a Mata Atlântica nessa região é representada por restingas e capim baixo, ervas daninhas que aparecem com força após as chuvas. Todas as folhas são muito hidratadas e à noite a maresia toma conta.

Meu olfato já foi melhor mas percebe-se o odor da maresia no ar. E a densidade da umidade que beira a noventa por cento.
Tem uma vantagem, as pessoas não ficam enrugadas quando envelhecem. A pele das pessoas aproveita a umidade. Ms não é dispensado o beber água o dia inteiro. Um círculo vicioso quando você debulha água, precisa  beber para repor e volta a espirrar água por todos os poros.

Eu me lembro quando cheguei a Vitória/ES, vinda de Belo Horizonte/MG onde o clima é seco. Eu comprava lencinhos umedecidos na farmácia para passar no rosto. Maquiagem foi pro beleléu. Custei a me adaptar. As roupas que eu trouxe não serviam porque até os tecidos  são diferentes. Com o tempo, larguei de mão. Esqueci a pose de montanhesa e virei capixaba onde andar quase nu faz parte.
Minha irmã, quando veio me visitar, vinda de Belo Horizonte,  fez um comentário interessante. Ela comentou que as roupas não podiam ser usadas duas vezes. Quando papai apareceu em uma visita surpresa, ele ficou pasmo com a quentura do asfalto. Disse que queimava os seus pés.
Outro dia eu saí à rua com um Sol inclemente esquentando minha cabeça. Eu coloquei a mão e estava quente. No caminho encontrei com uma moça. Ela estava com sombrinha. Quando paramos para esperar um carro passar eu lhe disse que, se ela não se envergonhava de usar sombrinha , tinha me encorajado. 
Não saio todas as vezes de sombrinha porque procuro andar na sombra. Mas quando tenho que descer em horário de Sol a pino, estou usando minha sombrinha própria para Sol e chuva  comprada pela internet.
Ah! Não dá mais.
Quando a gente é jovem ainda tem vergonha porque todo mundo olha e eu tentei uma vez para nunca mais. Mas o envelhecer nos torna invisíveis. Ninguém percebe, não vê e quando vê pensa que é doido. Já me entreguei à nova realidade e estou adaptando-me pouco a pouco. Minha pele não é como antes quando eu ficava esturricando no Sol, o dia todo na praia.  Em uma festa de família desse último fim de semana, a geração mais velha já chegou aos noventa e tantos  anos. Todos estão um coco. Quem sabe chego lá. Ou adapto ou morro ? Será assim?

É cara de triste ou impressão minha?KLIKA

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