segunda-feira, 8 de março de 2021

Respeito

                                               

                                        Guarapari - sem filtro

Depois, quando o estrangeiro diz que brasileiro não gosta de trabalhar, o povo fica nervoso. Mas não é que não queira trabalhar mas não quer nada com o capricho, com a concentração, com o aprimorar-se. Enquanto uma multidão carrega nas costas o país, suando em bicas neste calor infernal, outros sujam, quebram, cospem e fazem xixi em via pública como se não tivessem compromisso com o país, com a vizinhança, com a escola, com sua comunidade. Envergonham a brasilidade, fazem do país um dos últimos na escala do aprendizado. Microcéfalos, e daí ?

Na minha rua tem uma lixeira comunitária. Mas alguns moradores preferem manter suas casas limpas e imundam a rua. Não ensacam corretamente, colocam o lixo pela manhã ou à tarde, mesmo sabendo que o lixeiro passa à noite fechada. A prefeitura já panfletou, já colocou carro de som para orientar os moradores, mas a cabeça não assimila. Sabem que a prefeitura recolhe lixo reciclado, inclusive o óleo de frituras mas preferem soltar tudo na lixeira, sem compromisso. Uma preguiça monstro em telefonar para a prefeitura ou deixar o óleo no posto de troca de óleo. Sabem que o carro não recolhe lixo fora do saco mas soltam vassoura, pedaços de eletro domésticos... Compram televisão de cinquenta polegadas e jogam o invólucro inteiro, não tem capacidade de rasgar e ensacar. A vizinha, dona de faculdade, chegou a jogar um fogão na rua e quando perguntei se fazia isso lá na casa dela de Vitória, achou ruim. Gentalha.

Então, o saco de casca de camarão atrai os urubus, os elefantes disfarçados de moscas, os pedaços de plástico voam com o vento e caem no jardim ou dentro da minha  casa, se a porta da frente estiver aberta. Como funciona a cabeça dessa gente?

Aí vem a pergunta: Por quê não colocam caixas de plástico para separar o lixo ? 

Resposta : Pergunta para os nóias que infestam a cidade, perambulando pela noite atrás da chance de entrar nas casas ou pilhar tudo. É moda das cidades pequenas colocarem este pessoal,  defendidos pelos bonzinhos, dentro de ônibus, caminhões e soltarem na cidade. Eles apeiam, tontos e perguntando onde estão. Ora, se o habitante local não tem capricho com sua cidade, o quê esperar de aventureiros, amantes dos vícios e das farras? 

Uma coisa puxa a outra e o nome é um só: País de terceiro mundo. Mesmo com o esforço de uma minoria, que periga ser segregada porque tem  educação.

Coloquei um cartazinho na lixeira, depois de limpar tudo. Pedindo respeito e responsabilidade com a lixeira comunitária  e com a vizinhança. Cansei de limpar  e sair calada, há décadas. Quem sabe esses tipos conseguem aprender alguma coisa. Duvido, país de terceiro mundo é isso, falta massa encefálica e a responsabilidade é sempre do outro.

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