Das casas aos edifícios: Quem aguenta? |
Uma cidade praiana, fundada por Anchieta, com casas enfileiradas ruas afora serviu de cobiça para os especuladores. Quando começou a derrubada das casas o construtor era de fora. Até do Chile. Pouco a pouco o olho dos brasileiros cresceu e os herdeiros das casas contribuiram para a cidade virar paredão de fora a fora.A princípio eram quatro andares. Depois deram um jeitinho para ser seis. Num crescendo interesseiro, qualquer lote deu margem a edifícios de dezoito andares.
Em Vila Velha e Vitória, os moradores mobilizaram-se para haver distância entre um prédio e outro. Em Guarapari um construtor ganhou as eleições para prefeito. Não deu outra: O camarada construiu tantos prédios que usou uma planta padrão, aprovada na prefeitura onde prevalece a fachada caprichada e o interior inabitável. Não tem ventilação e janelas minúsculas dão para vãos de outros que tantos, amontoados. O preço? Na estratosfera.
Os moradores se perguntam de onde vem esse dinheiro para comprar e vender tanta porcaria, impossível de aguentar o calor do verão. Por isso nunca dantes na cidade, o pessoal, turista disposto a tudo, permanece na praia até as oito horas da noite.
Nas minhas redondezas, onde prevalece o natural do local, com alguns tantos tutanos a mais, houve uma mobilização e conseguimos constar na lei de diretrizes urbanas que a altura dos imóveis não pode passar de sete metros, isto é, dois andares. Quem construiu edifício construiu, quem insistiu em peitar a verdade teve negado o habits e perdeu grana.
Portanto, a falta de planejamento das autoridades, uma Câmara de Vereadores amorfa gerou muito dinheiro para os herdeiros , especuladores, corretores de imóveis, prefeitura e, principalmente, cartórios de registro de imóveis.
Prometer rodízio de fornecimento de água no Carnaval, se não chover e não vai chover, é ter o morador da cidade como pastel de feira para essa gente. Corja do caramba!