Como fomos colonizados por europeus, fugidos da miséria e que aqui venceram, ficou o ranço de querer ser como os que lá ficaram. Talvez para mostrar que podiam ter vencido se não tivessem imigrado.
Uma vez eu perguntei a um espanhol, se ele podia me dizer como uma pessoa sai de Salamanca para vir morar em Belo Horizonte/MG. Isto é, de uma cidade na Espanha onde está a primeira universidade, para uma lugar em construção, do outro lado do mundo, no início do Século XX . Época em que meus avós vieram para o Brasil. Ele respondeu:
- A miséria.
Aqueles que descendem dos imigrantes, alguns em terceira geração, vivem olhando para trás, para uma Europa vista de longe, inclusive por seus antepassados. Muitos sem esquecer o sonho de voltar para as origens.
Para muitos descendentes de italianos, o sonho é adquirir a cidadania italiana.
Minha irmã gostava de viajar. Em suas duas primeiras viagens a Europa foi discriminada nos aeroportos. Ela era morena como papai e meu filho mais novo porque meu bisavô era indígena. Não se sabe se ela era por sua cor de jambo, seu cabelo muito preto, se era confundida com boliviano ou colombiano e desconfiavam se tinha drogas ou porque sua mala era de couro muito chic, comprada na Itália ou porque usava muitas jóias de ouro. Nunca saberemos. O fato é que ela teve a ideia de tirar a cidadania italiana e passou a viajar com passaporte italiano. Nunca mais foi abordada.
O tratamento ao brasileiro soa como se nós é que fôssemos os errados. Leio aqui ou ali que o brasileiro não é respeitado na Europa e que , por isso, a pessoa tem vergonha de ser brasileiro. Um equívoco monstro. O erro está nessa gente.
Essa minha irmã que me referi acima, foi discriminada na Espanha na maior grosseria. Contava ela que colocou as mãos na cintura como o guia o fizera e disse a ele, se ser espanhol era ser grosseiro e escandaloso, ela também tinha sangue espanhol e a coisa ia ficar feia. O cara baixou a bola na hora.
Essa minha irmã que me referi acima, foi discriminada na Espanha na maior grosseria. Contava ela que colocou as mãos na cintura como o guia o fizera e disse a ele, se ser espanhol era ser grosseiro e escandaloso, ela também tinha sangue espanhol e a coisa ia ficar feia. O cara baixou a bola na hora.
A grande lembrança é que já debochavam de D.Pedro I desde os tempos da colônia, seus costumes de andar à vontade e viver livre como um passarinho. Debochar faz parte, sendo armas contra o que não entendem.
Buscar uma sociedade construída por brasileiros, levanta o desprezo. Como gostam de catalogar tudo, a pessoa recebe a alcunha de nacionalista . Como se isso fosse defeito. Eu não sou nacionalista. Só não tenho Plano B.