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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

O olho grande do cidadão

                                   
Não vejo motivo algum para comemorar a prisão de Eike Batista e por ele estar em presídio comum por não ter curso superior. É triste, é sintomático e mostra um tempo de ambições desmedidas.

Na democracia todos podem fazer política e devem mas em um país onde as verdadeiras lideranças não participam efetivamente de cargos e decisões, os bestuntos, os herdeiros, os aventureiros e os capachos o fazem.

Eike Batista é um líder empresarial mas, mal orientado e oportunista, sucumbiu ao Conto da Guitarra de políticos corruptos forjados nas lacunas da omissão. Eu leio textos escritos por quem se julga vestal e como se piada fosse, que ele não comprou um diploma. Por trás dessa frase esconde a perversão política de quem prefere não participar, fazendo piada da sua omissão e sem a mínima noção. Pois, dizer que ele poderia ter comprado diploma de uma universidade, mostra a quantas anda a honra de certa camada de cidadãos. 

Enquanto muitos intelectuais preocupam-se com fraude nas urnas eletrônicas de um país gigante, deviam preocupar-se com a listagem oferecida pelos partidos políticos, em eleição minoritária, eivada de gente que se julga líder porque  é dirigente de clube de futebol com torcida que garanta sua eleição ou médico que atende os doentes agradecidos. Essa gente, escondida e omissa, ganha a vida fazendo fofoca política, cria páginas para injuriar terceiros mas não é líder de nada. É  intelectual do achismo, sentado eternamente na própria vaidade do blá-blá-blá, algumas vezes virulento, tentando tirar uma pedra do arcabouço da nação para aproveitar de uma situação que lhe cai bem. E, muitos ganham para isso. E, existem no mundo todo. 

Eike Batista foi preso porque pagou uns tantos milhões de reais de propinas a diversos políticos, inclusive em países estrangeiros. Teve trânsito aqui e acolá, mostrando sua caixa de dinheiro falso.

Vou contar para vocês o Conto da Guitarra:

Um cara procura outro com uma caixa, contendo notas de cinquenta reais para vender como notas falsas perfeitas. Seriam dez mil reais na caixa. Mas só na camada de cima tem notas verdadeiras. Por baixo são notas falsas e papel cortado. Mostra uma nota verdadeira para provar a perfeição da nota falsa, testa, faz uma compra com a nota verdadeira para provar que seria falsa perfeita. Depois pede mil reais pela caixa. E, consegue. Quando o cara manuseia os papeis encontra notas xerocadas e papel em branco. 

O crime de estelionato precisa de espertinho dos dois lados. Precisa de um mitômano e alguém que quer levar  vantagem. O bandido é um otimista e, se somado à certeza da impunidade , não tem limites.

Eu conheci um homem que passava o Conto da Guitarra, no escritório de um advogado onde trabalhei no início da minha carreira. Se eu acreditasse em ganhar dinheiro fácil, teria caído na sua lábia. No caso de Eike Batista uma conjuntura de espertalhões e de certezas que jamais seriam presos, levou políticos do mundo inteiro a cair na conversa dele.

Acredita em acaso? Então KLIKA