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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Voto impresso, o desenho

                                 


              

 Confesso que custei a entender a mensagem sobre o voto impresso. Na minha cabeça surgiam aquelas cédulas impressas, levadas preenchidas para serem colocadas nas urnas. Muitas  filas. Depois a apuração cheia de gente em volta das mesas, uma barulheira, papel no chão. Homens barrigudos ou truculentos,prontos para brigar, com suas  caras de paus-mandados, a mando  dos caciques da política. Muitos conferindo os votos do seu curral eleitoral, por cima dos ombros dos apuradores, verificando se os votos entregues já preenchidos estavam na mesa apuradora. Que pesadelo!

Considero as nossas urnas eleitorais um primor do avanço e não aceito, em nenhuma hipótese, essa conversa que não servem porque nenhum outro país as copiou. Esse discurso é pequeno, vira-lata típico de um povo que não percebeu até hoje que não estamos aqui para copiar ninguém. Que somos diferentes em tudo e, portanto, olhar para outras culturas é carregar canga cheia do que não é nosso. Obvio que temos influências e isso não quer dizer copiar. Aqui é um país para onde veio quem não quis ou não conseguiu sujeitar-se ao Velho Continente. Quem está com saudades, volte. Construir uma nação não é em um estalo de dedos. Mas, pelo menos, não o fazemos com guerras.

Então, para quem não consegue entender é preciso desenhar, recebi o desenho da proposta do voto impresso. Foi ótimo. Minha mente clareou bastante e eu entendi a proposta . Bingo!

Tem gente fazendo passeata, aglomeração em praça pública, aquela gente que adora sair às ruas para gritar suas idéias. No fundo é a juventude caçando, o que motiva também. Tudo para pedir o voto impresso. E, para as próximas eleições majoritárias.

Portanto, o desenho acima foi o que recebi. Espero que sirva para aclarar as ideias de quem por aqui passa. Este é o objetivo.


#compatilhe Se acha que contribui.


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Rinha de galo

                                           

Eu já fiz parte do movimento popular. De um grupo de mais de cem mulheres em luta pelo reconhecimento dos mesmos direitos entre o homem e a mulher. Éramos respeitadas no discurso porque bem articulado. Mas a linha era ali delimitada. Inclusive pelas mulheres da sociedade. Dali não passava em avanço político. Mendigas dos favores dos políticos estabelecidos.

O grupo nunca aceitou  confrontos ou imposição de partidos políticos. E, no momento em que nos reunirmos para decidir avançar, saindo do agrupamento popular para a política formal aconteceu um fenômeno interessante. Muitas debandaram, sumiram, escafederam-se. Nunca mais ouvi falar delas. Outras afastaram-se para não se expor ou por absoluta falta do entendimento do que é política.

O quê eu quero dizer com isso? Quero dizer que a mulher não tem muita noção de que mudanças, sejam quais forem, estão ligadas a representatividade democrática nos instrumentos dessa  mudança. Ainda mais, participar de cargos públicos eletivos, enfrentando a exposição gerada por uma disputa eleitoral, os embates muitas vezes grosseiros e violentos, desestimula sua participação.
Acostumada ao seu reino absoluto que é o lar, sua casa e família. sair para enfrentar os dragões da mentira, da injúria, dos atropelos pela luta masculinizada do poder é muito difícil. 

Para a mulher, enfrentar um ringue a que enfrenta a presidência da república ou governos de estados da federação  é impensável. Arrisco-me a dizer que todas estas mulheres que estão na política brasileira, mesmo que somente no começo da jornada, tiveram um peito masculino para aparar os dardos lançados contra ela. Ou como escudo, ou como instrumento para que, sequer tais dardos fossem lançados. Não como padrinhos políticos como acontece normalmente,  mas como protetores sociais.

Quando o Velhaco mais velhaco da história da humanidade pediu que chamassem as mulheres petralhas de grelo duro para enfrentar os tiros  dirigidos a ele, a mensagem era que elas tinham a coragem do homem. Mas que eram mulheres,  metidas a homem sem o ser. Portanto sem senso da medida exata de como eram usadas e sequer do como enfrentar a guerra sozinhas. Apenas serviam como uso do sistema como bois de piranha. 

As eleições municipais estão aí. E a falta de mulheres  candidatas, continua. Porcentagem não serve para mudar nada, não faz liderança, não modifica o ânimo feminino de não  competir em rinha de galo. Que, aliás, está proibida. 

Muitas torcem os narizes para aquelas que tem coragem de enfrentar o sistema masculino de uma eleição. E, com razão. A maioria fica fora do poder pois  são usadas como cotas que ajustam e confirmam o uso sem rumo do seu pseudo papel,  na política formal. Importante, ao máximo, para fazer a democracia. A menos que incorporem o discurso, a postura, as regras viciadas, sem capitanear nenhuma mudança. 

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sábado, 8 de agosto de 2015

A democracia e as dificuldades dos bestuntos

                                  

Não sei qual é o guru dos jornalistas nacionais. Sempre me pergunto isso. Quem influencia essa gente da mídia? Não contentes em fazer de suas páginas um monumento ao pessimismo e à destruição, buscam a convulsão social e a queda dos regimes. Tenho a leve impressão que a influência vem dos grandes jornais estadunidenses. Depois da queda do presidente Nixon, cuja cerne foram jornalistas fofoqueiros, todo jornalista tem a ambição de transformar-se  em um Carlos Lacerda contemporâneo. Pois, se houve quem teve poder de tumultuar o Brasil e fazer cair políticos , este foi Carlos Lacerda. Ele só não é citado como guru mas os focos voltam-se para os gringos, só por poder do complexo de vira latas que acossa esse país.

É incrível, na expressão da palavra, que a mídia nacional queira depor o governo federal no grito, desconhecendo que esse pessoal elegeu-se em eleições legais. Fico pasma quando aparece gente querendo anular eleição porque seus candidatos não venceram, alegando vício de origem.

Outro dia li, embasbacada, um texto pregando a volta das cédulas de papel sob a alegação de serem  mais legítimas que as urnas. Uma das alegações era que a urna eleitoral não foi adotada por nenhum país e, portanto, não valia nada.

Na próxima encarnação quero nascer em outro país. Mas só para não suportar esses bestuntos com possibilidade de expectorar tudo que lhes dá na telha.