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terça-feira, 17 de maio de 2016

Obra prima não vai pro lixo

Coração Selvagem/ Eduardo Palomo e Edith Gonsalez
                       

Como é difícil gostar de uma novela!  Definitivamente não gosto do gênero. No fundo é um xarope muito grande. As cenas românticas precisam ser muito bem escritas para passar a mensagem. Os atores precisam estar em sintonia para não beirar o ridículo. Não se pode ter a sensação de ouvir o diretor gritar: - Gravando!

Estou vendo a novela Sila, na Band, mas aos trancos e barrancos. Novelinha feita para os turcos mas que ganhou o mundo. O mistério é a beleza superlativa, o charme e a presença do ator que , por isso mesmo, comeu a novela, deixando a protagonista comendo poeira. E, arrastando audiência por todo o mundo. De ponta a ponta. Só na América latina está passando do México à Argentina.

A história é cheia de furos e  o povo com graves problemas sexuais. Não tem beijos nem nas horas mais importantes e relação sexual é tratada como imolação feminina para algum deus pagão.Os homens são uns paspalhos que, ou matam e espancam as mulheres, senão violentam no leito conjugal  ou submetem-se, beirando à subserviência dos amores imbecis.As mulheres? Tentam sobreviver. Os diálogos não correspondem ao original em versão equivocada. A direção, esforçada, arrasta poucos atores ótimos, entre outros meramente administrativos. A dublagem é dublagem e nada mais; vozes reconhecidas em vários filmes.

Pelo que se nota, os turcos tem tipo padrão. Mal comparando, parece japonês com seu tipo em linha de produção. Quando a natureza, por algum motivo insondável, faz uma combinação mais esmerada dos traços comuns, aparece uma pessoa que sobressai, tornando-se definitivo. É o caso de Mehmet Akif Alakurt. Na novela é belíssimo mas ela tem dez anos e hoje ele está um pouco desgastado. Talvez  mais do que deveria. Meus filhos tem a mesma idade e  parecem  mais novos. Talvez porque não bebam nem fumem e o ator aparece com cigarro em todas as fotos. Deve fumar que nem uma chaminé. Tanta beleza e cheirando a cigarro! Em uma foto aparece bem, em outra nem tanto. Parece que não tem vaidade, todo esculhambado e há três anos não faz uma novela. Não quer nem ouvir falar em fazer novela. Tá cansado de ser bonito. Uia !
Na aparência, cada dia mais turco que nunca, pelos negros, barba máquina dois, sobrancelhas negras e fechadas, dentes com leve defeito mas também padrão.  Os outros mostram a aparência herdada da dominação dos franceses com seus olhos claros, peles transparentes de tão brancos. Mas também são padronizados. Nada como o leque dos tipos físicos brasileiros,

Agora que eu estou no capítulo 42 e a história vai estabilizar nos confrontos  das disputas entre mocinhos e vilões, saindo da xaropada, vou insistir. No horário não tem mais nada e eu fico na rede, dedos no celular, interagindo no Face.Vou continuar gravando porque, no futuro posso escolher qual  capítulo quero ver. Não custa nada, é só ir no site da Band baixar e gravar. Comecei e vou até o fim. Mesmo porque não vou abandonar uma figura ímpar como MAA que, talvez, nunca mais vejamos em outro trabalho. Caiu aqui no Brasil por nossa sorte e a Band transmitir.

Então, a novela Coração Selvagem, com Eduardo Palomo, mexicana, versão dos anos noventa, ( Fizeram outras três versões, todas foram para o lixo) continua imbatível do começo ao fim. Sem erro, sem ser xaropada e com atores em completa harmonia, direção sem defeito, inclusive a direção de câmera. Obra prima não sai de moda e nem vai pro lixo da história.

#coracaoselvagem
#eduardopalomo
#edithgonzales

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mutilação de obras cinematográficas

Novela Sila, da Band
                                                          

A literatura manifesta-se em várias modalidades. A filmagem de cenas teatralizadas rendeu-se ao cinema e à televisão. Hoje, o teatro é, basicamente, reduto para treinamento de atores ou deleite de aficionados.
Meu marido não ia a teatro nem com ameaças. Quando eu o convidava ele dizia: - Isso não tem nem resposta... Mas conseguia patrocínio com os conhecidos empresários para bancar teatro amador. É que eu  ia a algumas encenações locais, em Vitória/ES, porque Vera Viana, uma autora de peças de teatro, era minha amiga. Eu gostava de suas peças, também dirigidas por ela, geralmente voltadas para o social. Acabei conhecendo os atores, todos amadores. Tenho saudades.

Não vejo novelas. Gosto de representações sem nenhum histrionismo, bem simples, onde um esgar é um texto. Sem influência de Stanislavski ou qualquer outro método que manda o ator contorcer-se em cena. Gosto de tomadas de cena em ângulo fechado, com câmeras posicionadas como se fosse o olho do telespectador. Nada muito limpo como se tivesse passado água sanitária.

Mas outra coisa vem me chamando a atenção. A montagem, a finalização de um filme ou novela. Depois de filmadas as cenas, estas são postas em ordens certas, para contar a história, passar a mensagem do texto, fazer crível a história. Pelos letreiros é uma equipe imensa.

Como resolvi ver a novela turca Sila, na Band, passei a estudar a forma deles fazerem novela. Para eu entender porque gosto dela. Não é, apenas, porque o ator é um macho alfa mas porque é primorosa nas tomadas de cenas, na montagem, na direção enxuta, na falta de caras e bocas dos atores, nos cenários diferentes de um local árido, sem verde, tão diferente de onde vivo, na historinha água com açúcar tipo MDelly, Max du Veuzit ou Concordia Merrel que sempre gostei.

Entretanto, as cenas estão sendo cortadas, mutiladas como dizem as espectadoras de  países da América Latina, em debates sobre, e, por onde a novela também é exibida. Como assim, cenas cortadas? Sem autorização dos autores? Uma nova história é contada ao bel prazer de algum bestunto? Tem autorização? Como são feitos os contratos para ceder a transmissão da novela? 

Quanto mais se vive, mais se aprende. A mentalidade dessa gente, para cortar cenas de uma obra cinematográfica a ponto de mutilar um trabalho difícil de uma equipe, é semelhante aos bestuntos que colocaram tanga nas pinturas de Miguelângelo ou esculturas de Aleijadinho. Ou rasgar páginas de um livro porque o inculto considera supérfluas. Ainda, cortar cenas porque a ditadura moral ou política não aprovam. Quiçá, porque precisam passar em tempo determinado no pagamento dos anúncios.

Para aceitar o fato, convenci-me que, desde que não cortem cena alguma com MAA, que  eu tenha paciência. Valeu a pena.

Ninguém respeita mais ninguém.



quarta-feira, 6 de abril de 2016

Novela Sila

Mehmet Akif Alakurt : Protagonista da novela Sila
             
#novelasila
#mehemtakifalakurt

Fiz um texto, contando das minhas dificuldades em gravar uma novela transmitida pela  Band. (KLIKA). Gravar um filme ou outra manifestação literária é como deixar um livro na estante para ler outra vez. Até podemos ler livros na internet sem precisar tê-los e manusear. O mesmo com filmes. Mas é bom ter conosco à disposição e  às antigas.

Em uma cidade pequena onde não há biblioteca pública, uma loja de livros muito pobre forçando-nos comprar pela net, sem teatro, um cinema vagabundo, praças de esportes ou clube resta-nos a televisão com sua programação ora boa, ora ruim, filmes comprados, essas coisas.

Não vejo novelas, nunca vi. Vejo um ou dois capítulos, os atores, a direção e não volto. Tudo por acaso. Nesse acaso, muito cansada por doze, quatorze horas de jornada  acumulada dei com a novela Coração Selvagem, com Eduardo Palomo e Edith Gonzalez, ainda nos anos noventa. Em uma cena gostei e assisti. Foi reprisada por três vezes e na terceira, gravei. 

Também por acaso, encontrei com Sila no Youtube. Pesquisei e lá tem em várias línguas, algumas nem sei qual seja. É exatamente o meu estilo, de ponta a ponta. No fundo é o mesmo fio condutor de Coração Selvagem. Foi uma grata surpresa quando vi que iria passar na Band no horário bem disponível das 20 e 20 da noite.

Gosto de história linear, cenários históricos, direção enxuta,  atores nada histriônicos, que em um franzir de senho dizem um texto. 

Comprei HD externo, sofri para aprender manusear tudo. A princípio pensei em gravar direto da televisão ou do aparelho de canal pago mas não deu. Meu pânico foi infundado pois a Band disponibiliza o capítulo no dia após ter sido mostrado.

Estou gravando e enquanto o faço publico aqui. Com uma cajadada só...

Obrigada Band !

Veja a crítica depois de 42 capítulos: KLIKA

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Tocando o terror

Olha  aí o bicho doido, sobre o  retransmissor de sinal
                                           
Muita gente quer conservar a lucidez fazendo palavra cruzada. De cruzada basta a minha vida e  o que tive que enfrentar. Quero manter minha jovialidade, minha adolescência mental . Não quero passar a ser o que o sistema me impõe. Nunca fiz isso, sequer quando menina e não vai ser agora.

Mulher de um lado e homem do outro? Nunca ninguém me viu entre mulheres com conversa cri-cri. Nunca tive medo de nada. Se eu não fosse assim não teria a coragem de mudar-me para Vitoria/ES, enfrentar até pistoleiro no exercício da advocacia iniciada em 1970, sem conhecer ninguém,  nesse lugar atrasado até hoje. Haviam três mulheres advogando no forum, duas e mais eu. Duas formadas na faculdade do ES. Uma delas filha de família de prestígio, era tratada na palma da mão. Eu uma desconhecida. Tive que mostrar minha carteira para os juízes quando fui fazer audiência, pedi a eles que a assinassem,  tenho guardada até hoje.

Depois, com a morte do meu marido quando eu tinha quarenta anos, em um lugar onde mulher sozinha era tida como mal amada ou  puta, criei meus filhos sozinha. Imaginem no meio machista da advocacia. Mas,sobrevivi para esse momento e hora, como escreveu Gonçalves Dias em seu poema. Envelheci mas não estou a velha como o sistema impõe a uma mulher: Seja mãe e seja avó. O caramba! Meus filhos estão criados e minha neta não é filha de uma filha. Se o sistema tira os filhos de um homem que separa da mãe, que a avó também faça parte do bilu-bilu.

A internet e a modernidade dos aparelhos e sistemas são minha meta. Domino uma parte comum ao comum. Inconformada por ter comprado um HD externo que não funcionava para o que me propus, procurei um técnico. Simples, resolvido. Foi configurado, vou gravar no HD externo pelo aparelho retransmissor via satélite e depois uso na televisão. Minha televisão só falta falar e hoje vou testar a forma de gravar o que pretendo.

Vovó, fazer docinho de mamão pros netinhos e dizer que não consegue manipular o sistema da net? Vão ver se estou na esquina.