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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Festa de formatura: Nomes e apelidos

Minha neta e eu
                                 
Vou me aposentar. Está decidido. Não posso mais suportar os desmandos das autoridades judicantes. Já deu. Este ano faço quarenta anos de formada, quarenta e dois advogando. É tempo demais para suportar jovens assessores de juízes se dando de oráculos  para Seu Vigário e juízes e promotores de férias em pleno mês de novembro. Como advogada só o serei para  votar na oposição da OAB, por abandonar os advogados à própria sort nas mãos de juízes indiferentes ao tempo e ao cidadão mas interessadíssimos no seu contracheque. 

Haverá festa em Belo Horizonte-MG, turma de 72 da UFMG. Serão distribuídos crachás para as identificações pois não saberão quem é quem pelos transtornos faciais. Ueba! Nos anos passados foram homenageados quem fez carreira no judiciário;  os desembargadores de vários cantos e tipos. Nenhum advogado  mereceu loas, nem os que fizeram carreira na Defensoria Pública ou foram líderes nas mudanças sociais e históricas. Que vão se catar ! Lá não coloco os pés.

Todos os anos recebo correspondência sobre as comemorações. Pois este ano recebi com pergunta se alguém sabia onde estava a Magui, nome completo e endereço. Custei a captar que durante todo o curso não souberam meu nome, pois todos me chamavam pelo apelido. Lembrei-me , então, que , por ocasião da nossa formatura , alguns colegas perguntaram o motivo de meu nome não constar no convite. Interessante mas não perceberam que Magui é apelido. Bem atentos ...

Acho que é por isto que não fui, não vou a estas comemorações. Estou longe  de ser quem eles conheceram.  Além disso, tem a contagem das baixas e deve haver alguma influência dos meus familiares que se recusavam , terminantemente, a participar dessas festas, até que foram, eles mesmos, a baixa do ano.

Que a festa seja boa. Eu paro por aqui na profissão. Que se dane o povo brasileiro por permitir  um judiciário medíocre e preguiçoso. Eu , daqui pra frente, serei um deles.


Poderá ver outro texto com o mesmo tema : De 05/12/2015:  AQUI

                               

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

O tempo e os abutres

                                
A CPMI do Cachoeira dá nojo pelos criminosos que desfilam pela bancada. O advogado do principal acusado, ex Ministro da Justiça, lembra o livro O retrato de Dorian Gray ( By Oscar Wilde) quando o quadro do personagem é descoberto:Uma máscara de horrores. Uma aula de cinismo com interpretação jurídica de medíocres do tribunal superior da nação. Ficar calado para não se auto acusar é o cúmulo da preguiça da magistratura. Interpretação canhestra   de uma norma tão importante. Os novos jurídicos não foram treinados para a contestação, para derrubar teses vetustas ou esdrúxulas mas para abanar a cabeça qual vaca de presépio ( By Nelson Rodrigues).

Não sei se dá mais nojo os crimes ou a pequenez dos cérebros, pseudo pensantes, da nação. Gente que senta na interpretação errônea mas bem fundamentada de algum talzinho e não tem coragem, ou capacidade, para mudar tudo. Não tem gana da novidade, de fazer a queda da Bastilha. Geração pós ditadura , calada pelos tacões do silêncio e da vergonha em brigar por novas ideias. Nada mal pois até na internete se leva bordoadas por ter o livre pensar. A vitória dos medíocres é retumbante.

Enquanto o povo estiver preocupado em ganhar a vida, correr atrás do dinheiro para deixar quase quarenta por cento de impostos  nos cofres públicos, com uma receita federal ávida do dinheiro dos cidadãos, a escumalha estará à solta.

A pobreza não é ruim pela falta de bens materiais ao conforto , mas pela impossibilidade de dedicar tempo para derrubar os abutres da nação.