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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Quem toca o berrante

                                     



Eu me recuso terminantemente a viver a vida das metrópoles nas notícias de suas chacinas diversas; O chorar morte de artista, visto  de longe, morto como centenas de milhares de anônimos, às vezes vários membros da mesma família; Viver a vida   de gente com ânsia imensa de ganhar dinheiro custe o que custar para esquecer supostas feridas de suposta miséria, alimentadas pelo inconsciente; Usar a palavra empatia como se fosse obrigação o  colocar-se  no lugar do outro e deixar o amor ao próximo e a generosidade perder-se ao longe. Discurso que não vou assumir nem com revolver na cabeça. Sou eu quem toca  o berrante.

Quando eu fui a Coari, no Amazonas, conheci uma escritora que mal andava porque tinha uma doença comum na região, a elefantíse. Eu gostava de conversar com ela para saber sobre a região, seus  costumes e deparei-me com uma inteligência brilhante. Deu-me de presente livros de sua biblioteca. Falamos, para surpresa minha pois longe das Minas Gerais, e,  longamente sobre a Inconfidência Mineira, a prosa e a poesia de seus poetas, a morte de Cláudio Manoel da Costa,  Marília de Dirceu, Bárbara Heliodora e o papel de Tomaz Antônio Gonzaga . Até sobre os autos do processo da conjuração mineira, 1792, quando ela tinha  o livro A Derrama da Derrama. Era como estar em casa. Tenho o livro ainda hoje mas não vou procurar na estante porque deve estar na fileira do fundo da prateleira. Minhas prateleiras tem duas fileiras.

Entre o que ela falava e  deixou para sempre na minha memória foi o sintetizar  o nada da civilização,  na expressão de que tudo não passava de  lantejoulas da civilização.

Já dizia Epicuro que, o segredo da felicidade , isto é, para ser feliz, seria necessário controlar nossos medos e desejos de maneira que o estado de prazer seja estável e equilibrado, com um consequente estado de tranquilidade e de ausência de perturbação.

Portanto, a escolha de como viver e ser feliz é de cada um . E, o respeito a quem escolheu ficar longe das batalhas da vida sem pagar o preço sonante da moeda vil,  escondido, talvez,  na soberba  deve ser dado na proporção de  ser cobrado por guardar  ou não as lantejoulas da civilização  no fundo do baú da vida.

                                                    


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