Interessante como funciona a cabeça dos auto nomeados Doutores. Essa gente que estuda muito, tem inteligência e diploma nas mãos por faculdades boas ou não. Mas não são os únicos detentores do saber, da inteligência que tiveram a sorte de nascer com elas. Não são superiores a ninguém e a nada. A sociedade e o sistema determinaram e generalizaram os privilégios e as loas. Apenas mostra como a sociedade é injusta enquanto lhes dá vênia e trata os menos privilégiados de neurônios para mostrar mente brilhante. Nascer inteligente ou não é sorte e nada mais. Se assim não fosse não haveria diferenças entre os mesmos filhos do mesmo casal.
Entretanto, nada supera o profissional de medicina. Uma vez eu participei de um debate e a médica, que também participava, disse que o saber médico é privilégio do médico e nenhuma outra pessoa podia enveredar-se por esta seara. Foi a primeira vez que eu ouvi isso e serviu para que eu detectasse essa soberba daí pra frente. Como agora no debate sobre a pandemia da peste chinesa e o uso da cloroquina junto com outros remédios, ainda nos primeiros sintomas do ataque viral.
Se for comparar com o saber jurídico a exigência torna-se piada feia. Pois que qualquer bestunto se acha no direito de deitar regras e até fazer baderna na frente de tribunais e residência de magistrado. Para não falar nos ataques na rua e dentro de aviões. Ou dos jornalistas, filósofos, pensadores pinçados a esmo, participando de debates e ensinando horrores, confundindo Constituição com Código Penal, Lei de Execuções Penais ou Código de Processo Civil. Os datenóides da vida fazem escola e dão até pareceres. E nunca vi alguma pessoa da área jurídica reivindicar nada.
Essa gente soberba esquece que Louis Pasteur, por exemplo, não era médico e que o saber também pertence a qualquer autodidata, participante de várias áreas do saber humano. E, queiram ou não, interessado em estudar nas inúmeras fontes do saber humano.
O jurista, latu sensu, exerce as diversas profissões que compete a cada área, bastando ser habilitado. Assim como o médico precisa estar habilitado para exercer a medicina. Mas mostrar saber, exigir aplicação deste saber em cuja área não é médica , isso não é privilégio do médico. Este aplica o saber médico e tem regulamentada a profissão. Mas o saber médico ou jurídico ou até mesmo da engenharia, para ampliar o leque, não é privilégio de ninguém. E, palpite todo mundo pode dar sem que ganhe um cala a boca, seja de quem for. A humanidade cresce com a diversidade de pensamento e qualquer privilégio deve ser combatido sob pena de tornar-se ditadura do pensamento único.
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