sábado, 7 de maio de 2016

Os sons da nossa língua

                                       
Não tenho bom ouvido para a música mas sei distinguir os sotaques por mais leve que o seja.

O meu sotaque é de Belo Horizonte. Mesmo estando longe há décadas reconheço-o em qualquer lugar. Na música ele está em todos os cantores locais. Mas o mais parecido com o meu é de Eduardo Costa. Desde que eu ouvi sua voz, em um carro que passava, minhas antenas ligaram-se. Não importa o sentido da letra do que ele canta mas do sibilar dos esses, dos erres, das vogais ao final das palavras, dos sons anasalados.  Afinal,ouvimos música estrangeira sem entender nada mas apenas pelo som da voz e do reboar das letras.

Saudades de Belo Horizonte, do seu clima, das suas árvores, da forma como seus habitantes se portam. Do seu sotaque, do perfume dos manacás. Da ânsia em aprender dos mineiros. Da discrição em não fazer perguntas. Das artes, da música, dos barzinhos . Das montanhas.
Se fosse hoje, e sabendo o que eu sei agora, não sairia de lá. Não me mudaria para essa terra inóspita, feia e com um povo duro, ignorante   e perverso. Não me canso de interrogar a mim mesma, o quanto eu amei um homem que me fez deixar Belo Horizonte/MG e vir para Vitória/ES. Não consigo entender. E, afinal fiquei sozinha. Não valeu a pena...

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Homem, use a testosterona a seu favor

                    

O casamento foi uma composição encontrada para garantir o reconhecimento da paternidade e a proteção à propriedade privada. Também foi a saída para regular as relações sexuais e manter a rédea curta sobre a esbórnia. Como consequência, não faltou oportunismo quando os homens criaram as religiões e colocaram rédea de controle máximo sobre as mulheres.


O mundo cresceu, a roda da história rodou, jogando sangue para todos os lados, extermínios de povos, culturas, idiomas onde prevaleceu o mais forte.  Os comunistas costumam dizer que a história foi escrita pelos vitoriosos.
Enquanto isso, as mulheres foram parindo aos borbotões e homens caindo fora quando não lhes interessava assumir o resultado da festa. Para evitar a fuga ou o sustento da prole sobrevivente, as mulheres deixaram-se humilhar e sujeitaram-se a muita violência. Inclusive viver sob a batuta do provedor sem ter nenhuma saída.

Então surgiram, no século vinte, a alforria da mulher: A pílula anticoncepcional feminina e a composição do DNA. Duas chaves para a porta da liberdade da mulher. 
A mudança e a sensação  foram  tão grandes que, passados décadas, mulheres ainda abusam do poder de controle e os homens continuam como baratas tontas.

O abuso feminino não é universal. É privilégio daquelas, ainda criadas para usar os símbolos femininos como armas  em revanche esquizofrênica. Vou deixar de lado análises históricas ou freudianas.

Quero pautar a reação masculina, surgida nos últimos anos, para exercer o seu papel de pai, roubado do homem sempre visto como provedor. A mulher, dizendo-se dona do seu corpo, estendeu para o filho o sentimento de posse sobre as coisas que produz. O homem ficou privado de participar da vida e influenciar na criação de seus filhos. Apenas sobrou-lhe, afetivamente, o direito de visitas uma vez ou outra. A mulher traída ou alijada restou denegrir ao grau máximo a figura paterna. O resultado foram filhos problemáticos, rebeldes mais que nunca, aumento da criminalidade e pessoas com desvio no inconsciente mal formado. Malucos demais pela ausência da figura masculina na formação do indivíduo.

Como consequência, o estado passou a intervir, criando leis para resguardar a paternidade, o direito dos pais para além de provedor: Regulação dos direitos de visita, licença paternidade, criminalização da alienação parental com a perda de direitos por aquele que influenciar o filho contra um ou outro. Por final, foi criada a guarda compartilhada que restaurou o direito do pai em participar na educação dos filhos. 

Entretanto, no Brasil, a malta de juízes boçais é bem maior do que os prontos para reconhecer que o pai não é um criminoso como apresentam as mulheres rejeitadas ou traídas, cheias de ódio feminino e propensas a exercer o treinamento ministrado durante toda sua vida; o exagero, superlativo, do instinto materno.

Para fazer valer seus direitos os pais uniram-se em associações e até passeata fazem para que a justiça nacional deixe de tratar a mulher como uma bestunta, uma coitadinha necessitada da proteção de um estado intervencionista e eles como trogloditas sempre prontos à violência contra suas ex adversas.

Hoje não existe mulher boba. Essa figura não existe sequer nas novelas água com açúcar. Mulher é bicho ladino que buscou modos e formas para ser protegida das reações da testosterona e deixou os homens comendo poeira. Com o tempo o homem  deixará de pagar o preço por depender da mulher para ser pai muito mais do que a mulher para ser mãe.

Quer conhecer a página contra a alienação parental e a favor da Guarda Compartilhada? Então, KLIKA. Faça bom proveito dela.



quinta-feira, 5 de maio de 2016

Filosofia barata

                                       


Esse país deveria ser estudado pelos maiores e melhores pensadores da humanidade. Alguns deveriam ser levantados de suas tumbas para, em mesa redonda, dizer como é que é...

Darcy Ribeiro escreveu e disse que o Brasil era o único na história, pelas sua formação, reação e construção de nação. Tudo novidade, sem referência ou cópia do que já houvera. Começo a  dar-lhe razão.
Quem pira, são os que decoraram catecismo alienígena com cartilha de como foi feito e o que copiar. Mesmo que com derramamento de sangue. 

Em vez de repetir o que já foi, melhor arregalar os olhos e assistir a história, acontecendo na nossa frente.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Condor


                             

Não é raro envelhecer e ficar cheio de dores nas juntas. As charges mostram os velhos capengando. Tem um bloco de carnaval em Guarapari com o nome de Condor. OH!

Pois chegou a minha vez. Talvez por excesso de exercícios físicos nas academia ou por genética, pensei que ia acabar na cadeira de rodas. O meu tendão de Aquiles estava me matando assim como meus tendões dos pés. Melhorava e piorava num alívio e dor. Além de um cansaço monstro e dor nas pernas. Fui ao médico, receitou isso e aquilo mas pouco efeito fez. Quase dois anos. Não voltei lá nem fiquei insistindo porque ninguém sabe nada, é tudo experimento.

Meu filho Marcus é um atleta e muito atento às baboseiras do corpo. E, pela profissão, tem que fazer exame físico de seis em seis meses. Para resumir: Numa dessas tomou conhecimento que as dores articulares e de coluna, artrite, gota , cansaço e o escambau é falta de magnésio no corpo.

Uma frasco custa dez reais. Resolvi tomar duas pitadas ao dia: Pela manhã em jejum e à tardinha. Como disseram, em dois dias minha dores sumiram completamente e estou andando normalmente, estou mais animada e voltei à academia de onde preferi me afastar um mês na tentativa de me sentir melhor.

Vou me privar de falar poucas e boas contra os médicos. Os farmacêuticos podem substituir muitas de  suas  práticas porque são eles que conhecem a composição dos remédios. E, o magnésio é produto natural , tirado da água do mar, sendo  excretado pela urina se estiver sobrando no organismo.

Quem estiver na mesma situação, vai por mim, e aproveite os tempos modernos.

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 Nota: Se puder, se achar que deve : #compartilhe

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Bebedouro no limoeiro do quintal

                                                                        
Meu vizinho fazia academia no mesmo horário que o meu. Anda sumido. Talvez esteja em sua fazenda no interior de São Paulo. Se fosse capixaba nunca teria conversado comigo pois não existe pessoa mais fechada do que os naturais do ES. Roberto Carlos é o mais proeminente e perfeito representante desse lugar. Quando falam que ele é arrogante porque  não libera publicação de sua biografia, respondo que só fala isso quem não conhece os costumes daqui. Ainda mais de Cachoeiro que se nomeiam a capital do mundo. São fechados, fechados, fechados, fechados. Já fiz teste em fila de banco: Se você puxar conversa e responderem com um grunhido é capixaba ( eu pergunto) mas se entabular conversa é de fora.

Pois bem, meu vizinho, quando estávamos fazendo esteira, deu a sugestão de eu colocar um bebedouro para os saguis. O calor intenso pressupunha muita sede nesses macaquinhos. Ainda mais que as piscinas foram cobertas por conta do  aedes aegypti. 

Aceitei a sugestão, cortei uma garrafa pet, na horizontal, amarrei no limoeiro e, a partir daí, troco a água toda manhã. Algumas vezes troco no começo da tarde porque o nível desce ou fica suja.
É que os saguis são os que menos tomam água. Os pequeninos talvez. Mas o número de pássaros tomando água e banho é grande. O dia todo. Até formiga toma água, borboleta. O gambá ou gambás, não sei, tomam banho à noite porque a água fica empoeirada. Apareceram outras espécies, um verdinho do tamanho de um garrincha, um branco e preto de perna fina. Marcus comentou que , ao virar e entrar  na rua,   é um impacto, pela quantidade de pássaros na grama, nas árvores, no mato, em volta da casa. A cantoria é grande e eu gravei mas não consegui passar do celular para cá. Vou pedir Maurício para me ajudar.

Eu, ainda comprei dois ninhos de madeira e estão na comunheira da varanda do segundo andar. Também amarrei a casinha de barro porque notei que não estavam fazendo ninho, não criam no mesmo ninho duas vezes e pensei em tapear-los, fingindo que era casinha nova e deu certo, tem ninho nela.


Meu vizinho me disse que passa por aqui. Então estou dando notícias que a sua sugestão deu certo, cem por cento.
                                     
                                      

O DNA de cada um


                     

Quando éramos crianças recebíamos qualquer presente sem reclamar. Se fosse algo comprado por papai ou mamãe não podia nem pestanejar. A mãe do papai, Vovó Umbelina, fazia roupa para nós, talvez porque teve oito filhos, e, mesmo uma marmota, usávamos. Nem notávamos se era feio ou bonito.
Eu penso que isso forjou nossa personalidade que não se verga às intempéries. 
Frases como,  menina cheia de vontades, cavalo dado não se olha os dentes, dinheiro não dá em árvores, pobre com tosse, não é filho de cego, se não estudar vai puxar carroça, se não quer passa a mão no chão e sai correndo, se tá com raiva tira as calças pela cabeça e pisa nelas, etc, fica introjetado no inconsciente e nos faz mais fortes para enfrentar as perdas, o que não podemos ter e os inimigos.

Minha neta é uma das cheias de vontades. Está com a mãe, filha de um bando de pobretões que ainda usam celular pré-pago, não tem casa própria, devem as calças, poupar não existe no seu dicionário e educam os filhos para a derrota. Os outros é que devem pagar suas contas e lhes dar moleza. Jamais agradecem o que recebem e , se bobear, roubam sua bolsa. E, não é figura de retórica.

Meu filho caiu na esparrela porque cometi um erro fundamental e crasso em sua educação: Jamais discriminei quem quer que fosse. Jamais falei mal de pessoas ou condições. Eduquei, na vã filosofia de que todos são iguais. E, não dei a ele o escudo para diferenciar os maus dos bons, os espertalhões dos generosos, as putas das mulheres de respeito. Aprendeu a duras penas. O erro foi meu e ele quem pagou. Agravado por ter puxado o pai, um homem generoso e manso. Caiu em uma armadilha e, só não pagou um preço maior, porque sou carne de pescoço. Bateu, levou. Gosto de briga, boas ou ruins. Pago para entrar em uma e pago para não sair. Nasci advogada. Hoje sou onça sem garras mas ainda estou atrás do toco pronta para dar o bote. Se ele fosse contratar advogado estaria morto. Não ficaria por menos de cinquenta mil reais. Não teria como pagar, seria subjugado. Sorte dele. Fiz de graça.

Pois a vagabunda está criando a filha da mesma forma como ela foi. Minha neta tem todos os requisitos para ser uma vitoriosa, mulher independente e livre mas presta atenção em aparências, tem medo de tudo,  torce o nariz para qualquer um e qualquer coisa que não seja cor-de-rosa e cheia de lantejoulas, sempre a espera que alguém faça o que é de sua obrigação. E, a mãe continua a fazer desaforos, exigências, estupidez para NÓS nos enquadramos em seu estilo, fudido, de vida. Ledo engano...

Marx tinha razão no confronto da luta de classes. Eu completo no choque cultural com pessoas que nunca leram um livro na vida. Jornal? Duvido. Revistas? Só se for Tititi. Música? Nunca ouviram falar de Chopin. Debussy? Deve ser veneno. E, Elvis é horrível.

Nesse embate, veremos qual será o caminho do DNA de Rafaela. A vida é um jogo.

Nota: Se klikar na foto, vai ver maior

sábado, 30 de abril de 2016

Para meu deleite de fim de semana


                                   Se tem alguém melhor, eu nunca vi

O lugar do intelectual destrutivo

                                    

Nunca foi fácil sobreviver. Desde quando o macaco desceu da árvore ele teve que enfrentar o predador.
Mas uma coisa é certa, depois que o humano disseminou a escrita e obriga todos a lerem e escreverem, o foco foi mudado. E, as distâncias entre uns e outros é ligada pela linha tênue do domínio do mais inteligente.
Óbvio que aquele que primeiro viu utilidade para a pedra lascada   saiu na frente. Mas de mero instrumento da paz, alguém  conseguiu fincar uma vara e virou arma.
Stalin mandava os intelectuais para quebrar pedra na Sibéria. O primeiro que usou o cérebro para o bem da humanidade foi companheiro do que a usou para o mal.

A humanidade melhorou, poliu-se, em trajetória doente e sofrida. E, no caminhar pela história, o intelectual trouxe muita discórdia, com idéias eivadas de morte. Teorias absurdas aproveitadas pelos autoritários de sempre, pensando ser o povo manada de búfalos.

Ainda acho que Stalin tinha razão. Certos intelectuais precisam quebrar pedra para dar valor ao trabalho braçal.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

A vingança dos guerrilheiros


A tática guerrilheira está em pleno vapor e despudoradamente.
Não assinaram a Constituição, não assinaram o Plano Real, não teem vergonha de levar o Brasil à bancarrota.

Era o que faltava, dar voz a argentino. Ele não perdeu a deixa e comparou o Brasil com Honduras e Paraguai.

Ora, se a própria presidente da república pede intervenção de instituição, sul americana, capenga contra o país? Quem espanta-se? 

domingo, 24 de abril de 2016

Insônia

               

Meu pai tinha insônia. No corredor entre os quartos ele colocou luz vermelha porque, se fosse preciso levantar à noite, a luz branca espanta ainda mais o sono. Quando é ligada a mente entende que o dia chegou.

Um dia, conversando sobre o sono e ficar acordado ele disse que o pensamento não é substantivo abstrato mas substantivo concreto.

E, Eldes tinha um número imenso de revistinhas de Snoopy por causa do traço do desenho. Ele era arquiteto e eles gostam desses desenhos. Vendi tudo para um colecionador. Ele mesmo me disse certa feita que quando morresse eu podia fazer com elas o que eu quisesse.

Então, quando eu vi essa charge acima resolvi guardar aqui no blogue. Eu poderia mostrá-la para eles mas como não posso...
Faz de conta que eles viram .


sábado, 23 de abril de 2016

Troca de farpas

                                            

  
A mídia tornou-se palanque político. Procurar isenção é coisa para garimpeiro. Jornalismo, mais que nunca, dirigido pelos interesses de cada um. Talvez certos, talvez inconfessáveis. Cansa ler bobagens desmentidas pelos fatos. Antigamente, no jornalismo isso tinha nome de barriga. Hoje, é falta de compromisso com a verdade, é difamação mesmo. Impunidade, tal qual aqueles ao qual denigrem, os fatos inventados descaradamente.

Ninguém está imune de ser vítima da mídia. Alguns morrem em decorrência das mentiras estampadas na primeira página, para vender jornal. E, isso, desde que a malta tivesse condições de separar a verdade da mentira. E, ninguém tem. 

A última foi do presidente da Câmara Federal que, antes de esperar o fato acontecer, mandou publicar nota de repúdio por Dilma ter feito apologia contra o Brasil, pregando dissidências em sua estadia na ONU. Mentira. Outra foi disseminar que Tiririca foi citado na delação de Delcídio do Amaral como se fora venal e se vendido. Sabemos que a referência foi justamente por ter sido o contrário. Depois, o deboche à democracia quanto os votos a favor do impeachmet, parecendo que vimos outra coisa.

Quando eu fui escolher entre direito e jornalismo, papai me disse para não fazer jornalismo. Que jornalista é pau mandado do dono do jornal, escreve o que ele manda ou recebe para escrever o que quem paga manda. Que tio Fabrício ( seu irmão mais velho) quando era deputado recebeu ameaças de um jornal, através de um jornalista, porque fazia oposição ao governo. E, como ele recusou-se sofreu campanha difamatória implacável. Isso foi há décadas. Imagina hoje a briga de foice no escuro!

quinta-feira, 21 de abril de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Baixo clero

                            

Na 
 votação para aceitar o impeachment da Dilma, os deputados federais, em vez de votar sim ou não,  soltaram a alma. Talvez tenha sido melhor do que todos votarem, obedecendo fila indiana e com as palavras secas, sim ou não.

Os puristas, gente que é incapaz de tomar a frente de qualquer coisa, não tem ideia do que é liderar algo. Liderança é um impulso e, geralmente, tem muita paixão envolvida. É um karma, é uma praga que muita gente carrega pela vida toda. Mas, se não fosse essa gente o  macaco não teria descido da árvore.

A maioria absoluta dos deputados jamais pode chegar à tribuna da Câmara. O sistema político brasileiro é perverso com quem elege-se para o cargo, sendo obrigado a não ter voz ativa em nada. Entra na política para uma coisa e encontra outra. E, ainda tem que ser sujeitado à mídia chamá-los de Baixo Clero.

Portanto, para aqueles que vituperam contra os micos dos deputados na Câmara Federal, faço uma sugestão:  Quando vir um cano quebrado na rua, jorrando água, telefone para a companhia de água responsável.