- Como a rua está hoje. As casas já eram... |
Caramba, a corrupção não deixou nenhum megalômano de lado. Na disputa para tornar-se rico, muito classe média alta colocou no bolso o dinheiro do zé povinho. Pois que o dinheiro dos impostos que torna-se verba pública para construção disso e daquilo, vem do zé mané que paga seus impostos na marra.
Agora chega a notícia que mais um Paz foi condenado por corrupção, ainda na primeira instância e em Minas Gerais. São três irmãos e os três sob a pena do juiz criminal.
Eu fui criada na rua Canadá esquina com Flórida, bairro Sion, em Belo Horizonte/MG. Papai fez uma casa em três meses com o empreiteiro Seu Alencar. As ruas não tinham calçamento e a água era escassa. Faltava muito e a nossa empregada dizia que era um mijinho de água. Então, a meninada buscava água na bica, no barranco de onde depois foi feita a Av. Uruguai. E, detalhe, era em uma caçarola de cozinha, panelas, bules para encher a banheira ou um tanque feito no quintal. Depois fizeram a captação da água em Nova Lima e cobriram o Córrego Acaba Mundo, asfaltando a Av. Uruguai que era imensa e hoje é uma bobagem, devido a construção de prédios e o desaguar do povo lá de cima da Av.Afonso Pena. Todas as melhorias e infra estrutura daquele lugar estão nítidas na minha memória. Sinto até o cheiro de piche do encanamento da água e esgoto, escondido sob o asfalto, passado sobre o calçamento de paralelepípedos.
Pois estes Paz moravam na rua Flórida, um quarteirão da minha casa, quase esquina com a República Argentina. A meninada das redondezas, todas, brincavam descalças na rua Flórida, de pegador, finca, roda, bentialtas, tanta coisa... O calcanhar era cascão puro e papai esfregava, com a bucha cuja trepadeira tinha no quintal da Dona Angelina, no sábado, para o pé ficar limpo.
Nas festas juninas, quadrilhas, canjica eram feitas com a garotada no quintal, vestidos a carater.
Pois estes Paz jamais se misturaram. Passavam por nós sem sequer olhar para os lados. E, quando eles passavam eu me lembro de olhar para o Cristiano e o Bernardo, pensando que eram de outro planeta. Um moreno e o outro loiro. Um dia os meninos os chamaram para entrar nas brincadeiras mas sequer responderam e a cara de bobos foi de rolar de rir.
Hoje leio os depoimentos do Bernardo, as entrevistas e o cara é megalômano, conta cada coisa que ninguém lembra-se. Fez-se dono do Sítio Inhotim que pretende ser um museu a céu aberto. Como ninguém vai lá, só uns gatos pingados, ele diz que é muito frequentado por estrangeiros endinheirados e altamente cultos. Mas não se lembra de nenhum nome. Fez daquilo o surto de grandeza que o acompanha desde quando morava na rua Flórida. O Cristiano é mais discreto, está preso cumprindo vinte e três anos de condenação mas não sei em que pé está. A irmã, que eu nem sabia que havia, também está presa. Caramba !!!
Bernardo, quando serviu o CPOR, não quis ficar entre os rapazes em Belo Horizonte e dizem, cumpriu o tempo na guarda do Palácio da Alvorada em Brasília porque seria muito bonito e foi convidado para valorizar o grupo. Cáspita! Desde aquele tempo eu nunca entendi essa maravilha! Eu não estou bem a par porque ele é mais velho do que eu e isso faz muita diferença para atualizar as fofocas da época. Só consultando alguém mas não vou fazê-lo, deixa prá lá. Não quero falar demais porque essa gente pinta e borda e pode ofender-se e meter um processo em cima de mim.
Cara, como poooode ? O cara metido a besta, frequentador das altas e viajado pras zoropa, convivendo com gente granfina mas ladrão como qualquer pé de chinelo !!! E, toda a família!
Que elite vagabunda ...
Visto de longe, nem parece verdade.