segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Palmatória do mundo

                                  

Domingo foi dia de leilão  de cavalos no Canal Rural. Alguns lotes eram formados de égua com cria ao pé. Enquanto corriam, a mãe verificava se o filho estava com ela, cheirando-o em uma rapidíssima  paradinha e continuava a trotar. Cavalos de porte majestoso e preço nas alturas.

Os defensores dos animais ainda não descobriram esse filão. Uma égua apartada de sua cria é um drama de lamentos e relinchos. Mesmo eu morando fora da área rural, alguns citantinos com nostalgia do campo, deixam seus pangarés nos lotes vagos da vizinhança. A mãe de um lado e o filhote de outro. Haja choradeira a noite toda com relinchos de lá e de cá.

Ao assistir os pregões com preços na estratosfera, percebi que os habitantes da selva de pedra só conseguem ver seus gatos e cachorros e que seus sentimentos de palmatória do mundo são fixados à sua volta. Por enquanto.

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