segunda-feira, 17 de março de 2014

A visita dos saguis

                                 

O brasileiro ficava ofendido quando estrangeiro perguntava se haviam macacos,cobras ou outros animais vivendo entre nós. A pergunta era considerada o retrato do menosprezo. Então, tratou de matar até passarinhos. Andar com bodoque na cintura e ter pontaria certeira era o máximo para as crianças incentivadas pelos adultos. 

Com o tempo, quase dizimados pela condição dos intectualóides, envergonhados do Brasil e ávidos em transformá-lo em terra nua para mostrar igualdade com o primeiro mundo, houve uma guinada que salvou os animais desse  país. Chegou  a onda natureba.

Hoje, a moda entre os sabichões é dizer que os animais encontrados no perímetro urbano são consequência da tomada do seu espaço pelos humanos. Não passa pela cabeça dessa gente que os animais estão entre nós, não invadem mas dividem espaço, convivendo com as pessoas. Não direcionam o pensamento na vertente que mostra que o brasileiro não mata e nem maltrata esses bichos.

Não é raro, há décadas uma jibóia morar na cumeeira da casa ou dormir debaixo da rede. Eu vi. Quem duvida e espanta-se não mora no meio onde árvores mandam e casas e gentes se adaptam à natureza soberba. Onde moro foi Mata Atlântica. Se cair uma semente no chão é árvore ou arbusto formados, em cinco anos. Plantei muda pequena de ipê amarelo e já dá sombra, melhor que o melhor ar refrigerado. Toda residência tem um animal silvestre alojado em algum lugar e muitos colocam comida para eles.

Os saguis, moradores da vizinhança, resolveram fazer-me  uma visita, noite dessas, e comeram o mamão que estava sobre a mesa. Restou-me colocar o outro pedaço no muro do lote da frente. Na manhã seguinte só haviam pedaços de casca. Para mim, mais um trabalho; guardar as frutas no armário antes de dormir.





3 comentários:

Fábio Mayer disse...

Esse bichinho é danado! Aqui em casa ele matou um cágado, após furar a cerquinha do viveiro... mas nem por isso a gente caçou o bichinho para exterminá-lo, porque, afinal, somos nós os invasores e porque fora uma coisinha e outra e o mal cheiro eventual, ele não incomoda.

Minha saudosa mãe encontrou uns 5 filhotinhos do gambá dentro de uma caixa de sabão na lavanderia. Deixou-os lá porque não sabia o que havia acontecido com a mãe deles. Afora o cheio que invadiu toda a casa, eles ficaram lá uma semana e depois, deram no pé, mas ai de qualquer um de nós que relasse nos bichinhos, minha mãe teria um ataque e quem apanharia seríamos nós... enfim, a gente tem que combater os bichos urbanos que trazem doenças (ratos, baratas, etc...) mas esses inofensivos, melhor não maltratar, eles são moradores do local como nós...

J.F. disse...

KKKKKK, Magui. Só rindo, mesmo! Aqui no sítio, a bicharada também faz estragos, principalmente no pomar. Mas aplicamos uma medida para que eles não nos deixassem sem frutas. Simplesmente, plantamos bem mais que o necessário. Assim... dividimos e não se fala mais nisso! Mas, eu costumo estar armado e persegui-los - com uma câmara fotográfica! E tenho conseguido algumas boas fotos.
Vi seu comentário, lá no meu blogue, de que você não tem recebido a visita da Maith, a bisavó blogueira. Eu também não recebia, até encontrá-la no facebook. Ela está tendo problemas com seu equipamento e não está blogando há tempos. Mas, vai voltar. A Maith é uma pessoa encantadora. Tive oportunidade de conhecê-la pessoalmente, lá por 2009, quando ela nos convidou para um almoço em sua casa, lá em Sorocaba. Na ocasião, fizemos (o Família Jacaré) uma apresentação musical especial para ela e a família. Foi muito divertido. Ela é um exemplo de que idade não é limitação.
Abração.

DO disse...

Sempre muito sábia vc...